Trocar o açúcar pelo adoçante é uma prática muito comum entre as pessoas que entram em dietas mas não abrem mão de um docinho. Isso por que, ao usar adoçante, é possível deixar o que você quiser menos amargo ou azedo sem consumir muitas calorias, como é o caso do açúcar.
No entanto, apesar de ser a alternativa mais fácil, não significa que o adoçante seja a melhor opção. Na verdade, o uso do produto industrializado pode gerar prejuízos à saúde se levarmos em conta sua frequência, qualidade e quantidade.
Para te ajudar a entender mais sobre o assunto, chamamos a nutricionista Gisele Haiek, pós-graduada em nutrição clínica funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional. E se você é daqueles que não abre mão do adoçante no cafezinho, continue lendo os tópicos a seguir.
Benefícios do adoçante na dieta
Não é mito que substituir o açúcar pelo adoçante pode ajudar quem quer perder peso. “Ao fazer a troca, há um benefício no contexto de emagrecimento, visto que com apenas ela, haverá uma diminuição na quantidade de calorias ingeridas, pois o adoçante não tem quantidade de calorias significativas, enquanto o açúcar, sim”, explica Haiek.
O impacto metabólico do açúcar no nosso sangue também é maior do que o do adoçante. Assim, pode ser benéfico usá-lo no processo de transição entre o uso de açúcar e sentir o verdadeiro sabor dos alimentos, sem nenhuma modificação açucarada.
Como usar adoçante no café
Mesmo que usar adoçante no café seja muito comum, nem sempre sabemos a quantidade ideal para cada xícara. Logo, definir quantas gotas (da versão líquida) ou colheradas (da versão em pó) serão usadas depende do paladar doce individual de cada um.
Ainda assim, o ideal é evitar excessos e sempre pensar que o mínimo é o mais aconselhável. Afinal, o adoçante não deve ser uma muleta na sua dieta, mas apenas uma ponte que vai te ajudar a seguir hábitos mais saudáveis.
“Para um cafezinho (xícara de café com aproximadamente 50 mL), algo entre 1 e 2 gotinhas de adoçante basta. Se for a versão em pó, 1 colher de café é o suficiente”, afirma a nutricionista.
Prejuízos do adoçante e outras opções
Mas se você acha que trocar açúcar pelo adoçante é o suficiente para ter uma vida mais saudável, talvez esteja na hora de repensar. Um estudo publicado no ano passado na revista científica Plos Medicine associou o constante consumo de aspartame (um popular adoçante artificial) com um aumento de 15% do risco de todos os tipos de cânceres e especificamente 22% do de câncer de mama. Outro prejuízo à saúde avaliado foi uma maior incidência de tumores relacionados à obesidade.
Para Haiek, a pesquisa mostra que, para além do risco de consumo, está na hora de reconsiderar seu uso especialmente pela dependência. “Se temos a necessidade de adoçar demais as coisas é porque nosso paladar certamente precisa de modulação. O normal é sentirmos todos os sabores, doce, salgado, azedo, amargo ou umami. Não é interessante à saúde mascarar o sabor das coisas sempre”, ressalta.
Alternativas mais saudáveis
Colocar adoçante ou açúcar receitas como bolos faz sentido. Agora, tirar o sabor natural de café, chá, iogurte natural ou frutas, nem tanto. E se pensarmos nos malefícios dos dois, fica ainda mais difícil defender seu consumo. Por isso, pode ser interessante pensar em alternativas mais saudáveis.
Para te ajudar a deixar a comida mais doce sem tantos problemas, as melhores opções são os adoçantes de origem natural. Xilitol, eritritol, taumatina, monkfruit, moon sugar, stevia, açúcar de coco e até mesmo o mel são excelentes formas de adoçar os alimentos com cautela.
Além disso, combinações com frutas também podem te ajudar a fugir dos adoçantes. Afinal, elas são os “doces da natureza”. Esses exemplos servem para te ajudar a usar a criatividade e assim não cair no ciclo vicioso do produto industrializado:
- Uva passa ou tâmaras batidas na massa do bolo, ou em vitaminas;
- Banana bem madura amassada no mingau de aveia;
- Banana congelada batida com frutas mais azedas para um sorvete natural.
Colaboração: Gisele Haiek, nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo, pós-graduada em nutrição clínica funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.
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