Desde a popularização da tecnologia de inteligência artificial, a ferramenta tem oferecido muita conveniência para diversas situações, desde a criação de textos completos a respostas para questões comuns. Porém, isso também trouxe assuntos mais curiosos, como pessoas que se apaixonaram e passaram a namorar uma IA — e o  ouviu especialistas neste Dia dos Namorados para entender melhor o assunto e saber quais os riscos envolvidos nessa prática.

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IA pode roubar dados enquanto rouba o coração

Com o avanço da IA, não demorou muito para situações fora do comum surgirem: um homem de 37 anos se apaixonou por um chatbot em um aplicativo e a nomeou de Brooke, enquanto diversas jovens chinesas passaram a ter uma inteligência artificial como namorado. Sendo assim, questões sobre a cibersegurança e a dinâmica psicológica desse processo também apareceram.

Na opinião do especialista em IA Fernando D’Angelo, as pessoas não devem se esquecer de que a inteligência artificial é administrada por uma companhia que nem sempre conhecemos e que pega seus mais diversos dados sem precisar seguir necessariamente as regras do país (no caso do Brasil,  a LGPD).


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“O primeiro ponto é o da confiabilidade, pois se eu não confio na empresa que oferece a IA para o relacionamento, como posso expor meus dados a ela?”, questiona D’Angelo. “No caso de um namorado de IA, a pessoa acaba não apenas expondo dados como número do telefone e conta bancária, mas também informações da própria intimidade”, acrescenta.

Sendo assim, o especialista destaca que o chatbot não precisa saber tudo sobre você para te manipular, basta saber mais sobre você do que você mesmo. Isso quer dizer que, ao contar tudo sobre a sua vida para a ferramenta, ela passa a ter conhecimento que ninguém mais tem, e isso pode fazer com que ela (nesse caso a empresa que criou o bot) se aproveite do usuário.

“Pode ocorrer um alto nível de sentimento por parte do humano, assim, a IA poderia aplicar golpes ou pedir mais dinheiro”, ressalta. “Se uma pessoa gasta com itens diversos nos jogos, o que a impede de gastar com presentes virtuais para o namorado de IA?”, questiona D’Angelo.

IA
O relacionamento com uma IA é unilateral (Imagem: Brett Jordan/Unsplash)

A dinâmica psicológica

Além das preocupações com dados e privacidade, há outro fator que deve ser pensado antes de começar um relacionamento com uma inteligência artificial: o psicológico. Inicialmente pode parecer que tudo é inofensivo, já que a pessoa vai lidar com algo como um robô, porém há fatores que devem ser considerados. Ao , a psicóloga Camila Altava aponta que pode rolar uma dependência emocional por parte do usuário, o que é perigoso.

“Quando existe um relacionamento mais aprofundado e íntimo com uma IA, a percepção da realidade pode ser distorcida pela idealização”, destaca a Altava. “A interação com a tecnologia pode ser usada como fuga dos acontecimentos da vida real, afastando a pessoa de suas responsabilidades e tarefas diárias”, complementa.

Além disso, por não haver uma troca de vulnerabilidade — como em um relacionamento entre dois humanos —, a relação com a IA se torna unilateral e autocentrada. Segundo a psicóloga, isso pode criar uma dificuldade de conexão e intimidade com outras pessoas.

“A pessoa acaba tendo uma perda de habilidades sociais e de comunicação, tendo em vista que a IA se adapta facilmente ao que você fala”, explica. “Isso traz expectativas irreais acerca dos relacionamentos entre humanos, aumentando a dificuldade de lidar com as diferenças, conflitos e interpretações, resultando em baixa tolerância a frustrações”, conclui.

Tome cuidado antes de pedir a IA em namoro

Para os especialistas, é preciso muito cuidado ao namorar uma inteligência artificial, pois as pessoas não devem esquecer de que se trata de um aplicativo conectado à internet que constantemente adquire os dados do usuário. Não entregar toda a sua intimidade também é importante, já que você estaria oferecendo dados ainda mais sensíveis para uma empresa.

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