Conhecido por ser o menor planeta do Sistema Solar, Mercúrio pode esconder uma riqueza incalculável em seu interior: uma camada de diamantes, com potencial de até 18 km de espessura. A incomum faixa de pedras preciosas teria se formado durante o processo de resfriamento do astro.

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  • Mercúrio: 5 mistérios sobre o pequeno planeta que podem ser desvendados em breve

Em mercúcio, “o diamante provavelmente se formou durante a cristalização do núcleo e agora está armazenado na CMB [fronteira núcleo-manto], e também pode ter se formado no oceano de magma [do planeta]”, sugerem os pesquisadores do Centro de Pesquisa Avançada em Ciência e Tecnologia de Alta Pressão (China) e da Universidade Católica de Lovaina (Bélgica), em novo estudo. 

Por enquanto, a camada de diamantes oculta nas profundezas de Mercúrio é apenas uma hipótese, baseada em experimentos de laboratório e simulações de computador, defendida em artigo publicado na revista Nature Communications. Amostras nunca foram recolhidas e nem devem ser nos próximos anos.


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Camada de diamantes em Mercúrio

A ocorrência da camada de diamantes se baseia nos achados de uma missão da NASA que explorou as manchas anormalmente escuras do planeta. “Dados espectrais da sonda espacial Messenger revelaram que a escuridão incomum da superfície de Mercúrio é devido à presença generalizada de grafite [composto por carbono]”, afirmam os autores.

Estudo sugere a existência de uma camada de diamantes nas profundezas de Mercúrio (Imagem: NASA/JPL)

Com tanto carbono presente no planeta, os pesquisadores começaram a se perguntar no que isso implicaria no interior de Mercúrio. Aqui, é importante destacar que tanto o grafite quanto os diamantes são constituídos apenas por carbono, mas se diferem pelo arranjo geométrico. Se todo o conceito for verdadeiro, isso poderá explicar a ocorrência do campo magnético forte para um astro tão pequeno.

Formação dos diamantes

Mercúrio se formou a partir do resfriamento de um oceano de magma quente, rico em carbono e silicato. Então, os pesquisadores simularam, em laboratório, as condições de formação do planeta, incluindo a pressão e temperatura, o que criou condições nas quais o carbono poderia se cristalizar em diamante. A “mistura” primordial foi enriquecida com ferro e enxofre, já que o planeta é rico nestes elementos.

De forma complementar, foram usados modelos de computador para obter medições mais precisas da pressão e temperatura na fronteira núcleo-manto de Mercúrio. Isso também permitiu simular em quais condições diamante e grafite se tornam estáveis.

A partir desses dados, os cientistas sugerem a existência dessa camada de diamantes nas profundezas de Mercúrio. Entretanto, a exploração desse material é altamente improvável, considerando que a camada está a mais de 450 km da superfície. Outro desafio são as temperaturas extremas do planeta.

“As condições únicas de Mercúrio, a saturação da fase de carbono em diferentes reservatórios e a formação de um núcleo interno sólido permitem diferentes cenários capazes de produzir uma camada de diamante no CMB de Mercúrio”, concluem os autores.

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