A Meta segue tendo prejuízos com o metaverso, tecnologia baseada em RV que é (ou era) a grande aposta da empresa como o futuro das redes sociais. No anúncio de resultados financeiros do último trimestre, a big tech revelou que o Reality Labs, setor responsável pelo metaverso, teve um prejuízo de US$ 4,48 bilhões. No total, desde 2020, a Meta já perdeu US$ 50 bilhões com a tecnologia.
O grande anúncio da aposta no metaverso aconteceu em 2021, o que levou até a empresa a trocar o nome Facebook Inc. por Meta. De fato, a big tech vê (ou será que via?) a tecnologia como um investimento de longo prazo. Porém, para dar lucro é ter interesse do público e algum sentido — ou problema para resolver.
Reality Labs tem rival dentro de casa
Para piorar a situação do Reality Labs, a Meta parece ter acordado para a vida. A big tech passou a investir mais em inteligência artificial, principal tecnologia do momento, e a lançar ferramentas do tipo em seus produtos (Facebook, Instagram e WhatsApp). O maior concorrente do Reality Labs não é o Vision Pro, mas a IA.
Esses recursos são mais acessíveis do que o metaverso, que exige óculos de realidade virtual. O usuário pode criar figurinhas com IA no WhatsApp só usando um celular — seja um Moto G básico ou um iPhone 15 Pro. Para usar o Horizon Worlds é preciso de um headset Quest.
Por falar em óculos de realidade virtual, a queda nas vendas de headsets VR é outro ponto negativo do metaverso — independente da empresa. Sem esses equipamentos, as pessoas não podem abrir o Office e o Teams no mundo virtual.
O resultado é que o metaverso deve seguir dando prejuízos para a Meta por mais alguns anos. Uma pesquisa de 2022 aponta que as empresas devem investir US$ 5 trilhões nessa tecnologia até 2030. Resta saber quando isso dará lucros para as empresas.
Aumento nas vendas do Quest e Meta Ray-Ban
Apesar do resultado negativo do Reality Labs, as vendas de headsets VR e do smart glass Meta Ray-Ban aumentaram em relação ao ano passado. O que levou o público a buscar esses produtos? Provavelmente a visibilidade trazida ao mercado pelo rival Apple Vision Pro e o preço mais acessível do smart glass.
O Meta Ray-Ban custa US$ 299, enquanto o headset VR Quest 3, topo de linha da Meta, sai por US$ 499. O smart glass não é um produto de realidade virtual. Ele é uma opção para criadores de conteúdo (serve para lives) ou pessoas que querem tirar fotos e gravar vídeos rapidamente pela câmera do óculos — além de tocar música.
O metaverso parece se tornar um produto em esquecimento dentro da Meta. No ano passado, fontes disseram ao Business Insider que o Reality Labs deve focar no desenvolvimento de jogos para o Quest. Segundo a reportagem, a Meta entende que jogos exclusivos e de qualidade são uma maneira de financiar a divisão.
Com informações: CNBC
Departamento de metaverso da Meta já deu US$ 50 bilhões de prejuízo