Os casos de febre oropouche aumentaram quase 200 vezes desde a última década. A descoberta vem da união entre as universidades Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo (USP), do Kentucky, do Texas (Estados Unidos) e da Federal de Manaus (Ufam), além do Imperial College London (Reino Unido) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e foi publicada na plataforma medRxiv, ainda sem revisão por pares.

  • Clique e siga o no WhatsApp
  • Estado de São Paulo identifica dois casos de febre oropouche

O estudo se concentra no fato de que o patógeno passou por alterações que o tornaram mais agressivo, e foi justamente isso que contribuiu para o ressurgimento da doença no Brasil entre 2023 e 2024.

Segundo os pesquisadores, a epidemia atual de oropouche é causada por uma nova variante do arbovírus OROV capaz de se replicar até cem vezes mais do que a original e de evadir parte da resposta imune.


Entre no Canal do WhatsApp do e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Para chegar às descobertas, o grupo internacional de pesquisadores combinou dados genômicos, moleculares e sorológicos de OROV do período entre 1º de janeiro de 2015 e 29 de junho de 2024.

Febre oropouche tem se tornado cada vez mais preocupante (Imagem: Freepik)

Os pesquisadores conduziram testes em um grupo de 93 pacientes do Amazonas, sendo que 10% deles deram positivo para OROV. A próxima etapa envolveu isolar o soro de sete pacientes em culturas de células.

A partir dos isolados, os cientistas observaram a capacidade replicativa das células em comparação com um isolado antigo de OROV. Também avaliaram a capacidde de ambos os vírus serem neutralizados por anticorpos presentes no soro de camundongos previamente infectados com o OROV.

Aumento da replicação de oropouche

“Percebemos que o novo OROV apresenta replicação aproximadamente cem vezes maior em comparação com o protótipo. Além disso, produziu 1,7 vez mais placas, de tamanhos 2,5 vezes maiores, um indício de maior virulência”, diz  Gabriel C. Scachetti, um dos autores do estudo, em comunicado divulgado pela FAPESP.

“Se o novo vírus escapa da proteção em áreas com alta soroprevalência, há maior probabilidade de infecções e transmissão, inclusive com disseminação para outras regiões do Brasil, portanto precisamos confirmar e monitorar casos positivos e lançar mão de ferramentas para diminuir o risco de transmissão”, complementa o professor José Luiz Proença Módena, um dos coordenadores do estudo. 

Epidemia de oropouche está “longe de acabar”

A conclusão dos pesquisadores é que não devemos nos livrar da oropouche tão cedo: “Essa epidemia está longe de acabar e tem potencial de causar estragos em áreas onde não havia qualquer circulação do vírus”, alerta o pesquisador.

No Brasil, a febre oropouche se espalha com mais de 5 mil casos. Inclusive, estamos falando do primeiro país do mundo a registrar mortes por oropouche, por isso os pesquisadores seguem em preocupação.

Leia mais matérias no ItechNews .

Trending no :

  • Galaxy A35 e A55 ganharão recursos do Galaxy AI, aponta site
  • Marvel concede poder que muda a mitologia de seus vampiros
  • Olimpíadas 2024 | Como assistir à partida entre Brasil x EUA no vôlei masculino
  • Olimpíadas 2024 | Como assistir ao Brasil na semifinal do surfe
  • Google contrata Character.AI para implementar avançados chatbots de persona
  • Samsung vaza Galaxy S24 FE “sem querer” em página de suporte