Uma equipe internacional de pesquisadores liderada por Eloisa Poggio, do Instituto Italiano Nacional de Astrofísica, encontrou as pistas de uma possível fusão entre a Via Láctea e um grupo de estrelas. Estas cicatrizes do passado da nossa galáxia foram reveladas pelos dados do satélite Gaia, da Agência Espacial Europeia.
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- O que tem no centro da Via Láctea?
Desde a década de 1960, vários estudos mostraram que o disco da Via Láctea está levemente torcido, como se tivesse o formato da letra S. Para os cientistas, a curva pode ser o resultado de encontros com alguma vizinha galáctica menor, como a Galáxia Esferoidal Anã de Sagitário.
Agora, a nova análise sugere que a posição e movimentos de dezenas de milhares de estrelas podem, na verdade, significar que a distorção seria nada mais que uma onda se propagando em escala galáctica.
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Eles compararam os dados de 16 mil estrelas gigantes e jovens com 3.400 Cefeidas, estrelas que são como marcadores de distância para os astrônomos. Ao analisar os movimentos delas, eles identificaram uma oscilação parecida com a de uma onda no oceano.
No caso, esta onda está viajando pelas massas de estrelas no centro da Via Láctea, subindo pouco acima do plano galáctico. Mesmo assim, sua extensão espacial é tão vasta que parece alcançar mais de 25% da distância em direção às bordas do disco, afetando até a trajetória das estrelas mais externas.
Apesar de os movimentos radiais e verticais da onda estarem conectados, ainda não está claro se esta “ruga” na Via Láctea e a onda estão realmente relacionados. “A distorção e a onda não necessariamente precisam ser causados pelo mesmo evento”, explicou Poggio ao ScienceAlert.
Por isso, ela e a equipe vão tentar explorar a relação em estudos futuros por meio de simulações numéricas. “Trabalhos futuros analisando outros conjuntos de dados, bem como diferentes modelos de formação de galáxias, vão revelar mais detalhes sobre a formação e a evolução da característica observada, bem como uma descrição dinâmica mais detalhada de como as ondas se propagam no disco da Via Láctea”, concluem os pesquisadores.
O artigo com os resultados do estudo foi aceito para publicação na revista Astronomy & Astrophysics, e está disponível no repositório arXiv.
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