Na semana passada, o X/Twitter ficou acessível para alguns usuários no Brasil, mas foi bloqueado novamente no dia seguinte. Para reaplicar a restrição, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) declarou ter notificado provedores e contado com o apoio da Cloudflare. Mas o CEO da companhia nega.
Usuários no Brasil conseguiram acessar a rede social em 18 de setembro. Mas não houve decisão judicial favorável a esse retorno. De acordo com a Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações), o X/Twitter usou os serviços da Cloudflare como proxy reverso para ficar novamente acessível no país.
No dia seguinte, o X/Twitter voltou a ficar bloqueado. Na ocasião, a Anatel declarou que o novo bloqueio foi possível “com o apoio ativo das prestadoras de telecomunicações e da empresa Cloudflare”.
Ficou parecendo, então, que a Cloudflare não hesitou em colaborar com as autoridades brasileiras para manter a determinação local que bloqueia o X/Twitter no Brasil.
CEO da Cloudflare nega colaboração
Na segunda-feira (23), Matthew Prince, CEO da Cloudflare, deu uma entrevista à Bloomberg em que nega a participação da companhia no novo bloqueio:
Para ser honesto, eu não sei sobre o que as autoridades brasileiras estão falando, pois nós não trabalhamos especificamente com eles para bloquear o X ou fazer o X ficar acessível no Brasil.
Matthew Prince, CEO da Cloudflare
Na sequência, o executivo explicou que houve, sim, uma parceria entre a Cloudflare e o X/Twitter que levou a alterações no endereço IP da rede social, mas que isso não foi feito com o intuito de contornar o bloqueio aplicado no Brasil.
O executivo explicou ainda que o país conseguiu retomar o bloqueio considerando o novo endereço IP do X/Twitter, mas que a Cloudflare não fez nada para aumentar essa capacidade de restrição ou, pelo contrário, dificultá-la. “Foi simplesmente uma coincidência”.
O Tecnoblog apurou que a Anatel não irá se manifestar sobre a declaração de Prince.
X/Twitter segue bloqueado no Brasil
O X/Twitter está suspenso no Brasil desde 30 de agosto, por determinação de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal. A rede social não atendeu a solicitações judiciais de suspensão de determinados perfis. Posteriormente, Elon Musk, empresário que controla o X/Twitter, deixou a empresa sem representação legal no país, o que motivou o bloqueio.
Na semana passada, o X/Twitter chegou a indicar representantes legais no Brasil, mas Moraes pediu documentação comprobatória, o que não foi feito até o momento.
A representação legal e reconhecida está entre as condições que podem fazer a rede social ficar novamente acessível no país, com aval judicial.
CEO diz que Cloudflare não tem envolvimento em novo bloqueio do X/Twitter