As orcas são poderosas caçadoras dos oceanos, como revela nova pesquisa chilena. Pela primeira vez, uma “gangue” de orcas local foi avistada enquanto caçava um golfinho-cinzento. O ataque preciso foi coordenado pela matriarca Dakota e, após o abate, ela compartilhou a presa com os outros membros da “fraternidade”.
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- 11 maneiras com que as orcas mostram sua incrível inteligência
Episódios como esse explicam o porquê das orcas ainda serem chamadas, erroneamente, de baleias-assassinas. Na verdade, a espécie Orcinus orca pertence à família dos golfinhos e podem apresentar diferentes hábitos de alimentação, dependendo de onde vivem.
No Chile, os pesquisadores da Universidad de Antofagasta se surpreenderam com o comportamento da “gangue” de orcas, já que a região da costa poderia fornecer uma rica fonte de alimentação baseada em krill e anchova. Entretanto, elas preferem preferir a caça de mamíferos, como leões-marinhos e golfinhos.
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Fora desta região do Oceano Pacífico, outros grupos de orcas já foram avistados caçando um tubarão-branco para devorar o fígado. As orcas também ficaram famosas por afundar embarcações na costa do Marrocos. Na maioria das vezes, a caçada é para a alimentação, mas os ataques aos navios estão mais ligados a desafios e “brincadeiras”, nas quais podem usar a sua inteligência fora de série.
Golfinho perseguido por gangue de orcas
Os pesquisadores chilenos estão procurando entender o comportamento das orcas locais. Assim, realizam expedições frequentes e contam com a ajuda de pescadores e outras pessoas interessadas na vida marinha da região. Através de princípios da ciência cidadã, muitos enviam registros de avistamento de orcas.
A vigilância em conjunto tem permitido avanços mais rápidos na descoberta dos hábitos alimentares dessas orcas valentes, como aponta estudo publicado na revista Frontiers in Marine Science.
Na caçada organizada pela gangue, a orca fêmea Dakota golpeou um golfinho-cinzento, bem menor, e o jogou para fora d’água. Em alguns minutos, o embate acabou com a vitória da orca, que compartilhou a presa com as outras orcas.
Anteriormente, tinham sido documentadas apenas orcas perseguindo diferentes espécies de golfinhos, como Lagenorhynchus obscurus e Delphinus capensis, mas o desfecho do embate nunca tinha sido observado no local.
Comportamento das orcas do Chile
Como já adiantamos, a iniciativa quer documentar os hábitos das orcas chilenas e descobrir a qual ecótipo elas pertencem — na ciência, não há um consenso sobre a existência de diferentes espécies de orcas, assim a ideia é que existem algumas variações (ecótipos) baseados nas pressões do ambiente. Isso altera o comportamento, a alimentação e algumas características físicas.
Para complementar a pesquisa, “gostaríamos de conseguir obter amostras de biópsia de pele [dessas orcas] para analisar seus dados genéticos, pois não há informações genéticas para orcas nesta região do sudeste do Pacífico”, explica Ana María García Cegarra, professora assistente da universidade chilena, em entrevista para o blog Frontiers.
O problema, segundo a pesquisadora, é que as orcas são muito esquivas e inteligentes, conseguindo fugir das tentativas de captura para a coleta e posterior análise do DNA. Entretanto, ainda há esperança de que, em algum dia, eles consigam esses dados.
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