Com um novo método para gerar imagens do universo, uma equipe mapeou o movimento de 56.000 galáxias e descobriu estruturas cósmicas impressionantes. Os resultados mostram a conexão entre superaglomerados de galáxias e colocam em xeque a compreensão atual do nosso universo.

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Os astrônomos estão em consenso que a Via Láctea faz parte de uma estrutura chamada Grupo Local, que inclui várias galáxias vizinhas. Esse grupo é parte do chamado Aglomerado de Virgem, com cerca de 2000 galáxias, que por sua vez está dentro do superaglomerado Laniakea.

Teoricamente, todas essas estruturas se formam graças à ação da gravidade, mas será que elas realmente existem? Identificá-las é uma tarefa árdua — Laniakea, por exemplo, se estende por um diâmetro de aproximadamente 500 milhões de anos-luz.


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Mapear o universo para encontrar evidências de Laniakea (e de outros superaglomerados) exige observações precisas e análises da matéria escura invisível, que compõe a maior parte do universo. Para isso, também é necessário analisar o movimento das galáxias.

Os autores do novo estudo decidiram, então, mapear o universo local analisando os movimentos de 56.000 galáxias. Devido à incerteza nas medições de velocidade, a equipe criou um mapa “probabilístico” que indica a chance de existirem certas estruturas que eles chamam de “bacias de atração”.

Assim, eles revelaram uma distribuição em larga escala de matéria e propuseram que Laniakea é, na verdade, um apêndice da bacia Shapley. Essa, por sua vez, seria uma região repleta de uma imensa quantidade de massa e atração gravitacional.

Bacia de Shapley, segundo o novo mapeamento de 56 mil galáxias; a Via Láctea está representada pelo ponto vermelho (Imagem: Reprodução/Universidade do Havaí em Mānoa)

Segundo a equipe, há uma probabilidade de 60% de nossa galáxia faça parte da bacia Shapley, 10 vezes maior do que Laniakea. Aliás, pode ser que Laniakea nem existe enquanto uma estrutura separada.

Para Brent Tully, um dos principais pesquisadores do estudo, “nosso universo é como uma teia gigante, com galáxias dispostas ao longo de filamentos e se aglomerando em nós onde forças gravitacionais as puxam juntas”.

“Assim como a água flui dentro de bacias hidrográficas, as galáxias fluem dentro de bacias cósmicas de atração. A descoberta dessas bacias maiores pode mudar fundamentalmente nossa compreensão da estrutura cósmica”, concluiu.

As descobertas foram publicadas recentemente na Nature Astronomy.

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