Uma nova pesquisa sugere alguns meios de detectar buracos negros primordiais. A proposta é que esses objetos minúsculos podem estar localizados em estrelas, planetas e asteroides. Uma confirmação da existência desses corpos resolveria um dos grandes mistérios do cosmos.

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Pequenos buracos negros primordiais (PBHs), formados após o Big Bang, são estudados como candidatos à matéria escura e possíveis fontes de ondas gravitacionais. Embora ainda não observados — e, portanto, sejam hipotéticos —, pesquisas sugerem que eles poderiam estar no interior de objetos comuns do universo.

De acordo com um novo estudo aceito para publicação na revista científica Physics of the Dark Universe, os PBHs poderiam estar localizados dentro estrelas e planetas, consumindo lentamente a matéria desses objetos.


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Essa não é a primeira vez que um estudo propõe a presença de PBHs no interior de corpos astronômicos. Um estudo de 2021, por exemplo, já apontava para a possibilidade de a Lua ter sido bombardeada por esses mini buracos negros.

No mesmo ano, outra pesquisa sugeriu que buracos negros primordiais teriam devorado algumas estrelas, de dentro para fora.

O novo estudo sugere que os sinais de PBHs poderiam ser detectados usando grandes placas de metal. Isso porque, ao entrar em contato com estrelas, planetas e asteroides, esses objetos misteriosos os deixariam ocos.

Concepção artística do universo primordial, incluindo buracos negros primordiais (Imagem: Reprodução/ESA/Science Office)

Segundo os autores, um pequeno buraco negro primitivo pode consumir rapidamente o interior de asteroides, luas ou planetoides, desde que seus núcleos forem líquidos. Isso formaria uma estrutura oca se a crosta externa for suficientemente forte para suportar o estresse gravitacional.

Caso o PBH seja ejetado, sua densidade resultante será inferior à de um objeto rochoso típico. Além disso, materiais como granito, silicato e nanotubos de carbono, seriam resistentes a esses buracos negros, sendo que o granito poderia suportar estruturas ocas de até 1/10 do raio da Terra.

Esse resultado sugere que os planetoides e asteroides são bons alvos para estudos futuros. Mas talvez os PBHs sejam encontrados em objetos bem mais próximos de nós: os autores acreditam que, caso os mino buracos negros estejam mesmo “voando” por aí, eles podem passar por nosso próprio planeta.

Dejan Stojkovic, um dos autores do artigo, disse que um desses PBHs “pode até passar por um corpo humano, e nós nem notaríamos porque o tecido do corpo humano tem uma tensão muito baixa”.

Se um mini buraco negro passar por algum material sólido, “ele deixará um túnel longo e reto de raio comparável ao raio do PBH”, explica Stojkovic. Isso inclui rochas e vidro de nosso planeta.

Assim, os autores propõem usar grandes placas de metal polido para tentar detectar os buracos negros. “O fluxo esperado desses PBHs é muito pequeno e podemos acabar não encontrando nada, mas uma possível recompensa por encontrar um PBH será enorme, especialmente porque esses experimentos serão muito baratos”, disse Stojkovic.

O artigo está disponível em pré-impressão no arXiv.org.

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