A Mozilla é uma organização sem fins lucrativos, mas que precisa de receita para manter o Firefox e os seus demais projetos. Mas não é de hoje que a organização enfrenta dificuldades financeiras. A crise pela qual a Mozilla passa a fez demitir 30% de sua força de trabalho recentemente.

É o que revela o TechCrunch. O veículo descobriu que os funcionários da organização foram informados das demissões em 30 de outubro de 2024. Procurada, a Mozilla confirmou a decisão e deu a seguinte explicação:

A Mozilla Foundation está reorganizando as suas equipes para aumentar a agilidade e o impacto à medida que aceleramos nosso trabalho para assegurar um futuro técnico mais aberto e equitativo para todos nós. Infelizmente, isso significa encerrar parte do trabalho que historicamente almejamos e eliminar funções associadas para termos mais foco no futuro.

Brandon Borrman, chefe de comunicação da Mozilla

Duas divisões importantes foram fechadas

As demissões resultaram no fechamento das divisões de “advocacy” e “programas globais”. Ambas envolviam a defesa de uma internet livre e mais aberta, que é a base de grande parte das iniciativas da Mozilla. Com o encerramento das divisões, é provável que a organização venha a ter menos força para defender as suas causas.

Apesar disso, não há informação sobre descontinuidade do Firefox e dos demais projetos da Mozilla. Em linhas gerais, Borrman deu a entender que a organização está enxugando a sua estrutura, mas não desistindo de seus ideais.

É a segunda rodada de demissões da Mozilla em 2024

Ainda que a Mozilla continue de pé, a situação da organização é preocupante. A Mozilla já havia anunciado demissões em fevereiro de 2024. A decisão da época afetou cerca de 60 funcionários.

O número de pessoas que trabalhavam para a organização até recentemente não foi revelado publicamente, mas há rumores sobre algo ao redor de 120 indivíduos. Se essa quantidade for verdadeira, significa que a força de trabalho da Mozilla agora é composta por aproximadamente 90 pessoas.

Não é uma situação confortável. Tanto que, no e-mail enviado aos funcionários, Nabiha Syed, diretora executiva da Mozilla, escreveu:

Nós estamos sob um ataque implacável de mudanças no mundo da tecnologia (e além disso), e a ideia de colocar as pessoas antes do lucro parece cada vez mais radical.

Navegar por este momento confuso e distrativo requer foco preciso — e, às vezes, dizer adeus ao excelente trabalho que nos trouxe até aqui, pois isso não nos levará ao próximo nível. Metas elevadas exigem escolhas difíceis.

Nabiha Syed, diretora executiva da Mozilla

A despeito da crise, vale acrescentar que a Mozilla lançou seu serviço de VPN no Brasil. Só que os preços não são nada convidativos.

Crise faz Mozilla demitir 30% dos funcionários e encolher ainda mais