A Fiat apresentou na última quarta-feira (6) seus dois primeiros carros da família Hybrid no Brasil: o Pulse e o Fastback. No discurso, a promessa da marca foi a de “democratizar a eletrificação” e “revolucionar o mercado com “híbridos acessíveis”. E na prática? Bom, em um primeiro contato, deu para sentir que a história não é bem assim

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A reportagem do CT Auto foi a Campinas, no interior de São Paulo, para acompanhar de perto o lançamento e, também, ter o primeiro contato ao volante dos dois SUVs compactos da marca. A ideia era comprovar, de fato, que a inserção da eletrificação para trabalhar com o motor 1.0 Turbo Flex (T200) aumentaria a “emoção” na tocada. E isso não aconteceu.

Não pensem, porém, que a dirigibilidade dos novos Pulse e Fastback Hybrid é ruim. Muito pelo contrário. A dupla de SUVs segue entregando um bom desempenho e um comportamento dinâmico muito interessante nas mãos do motorista, só que sem aquele “gostinho especial” que é costumeiro em carros híbridos nos quais a eletrificação atua de fato, entregando o torque imediatamente a cada acelerada.


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Isso ocorre porque, embora sejam híbridos, tanto o Pulse quanto o Fastback não contam com baterias suficientemente fortes para garantir autonomia sem o uso da combustão. O sistema Bio-Hybrid DBSM, na verdade, substitui o alternador e o motor de partida. Isso faz com que o motorista ganhe uma forcinha em situações específicas, mas quase imperceptíveis ao volante. Na prática, apenas o “gap” nas saídas, comum em carros com motor turbo, ficou um pouco menor, mas quase nada.

Fiat Fastback ganhou motorização híbrida, mas performance permaneceu igual (Imagem: Paulo Amaral/)


E a economia de combustível?

A promessa dos executivos da Fiat durante a apresentação a respeito da economia de combustível dos primeiros SUVs híbridos da marca no Brasil foi otimista. Segundo os diretores, ela ficaria entre 9,8 e 11,5% no Fastback, dependendo do combustível, e seria de 10,7% no Pulse, tanto com etanol quanto com gasolina.

Na prática, porém, mais uma vez o primeiro contato mostrou algo bem diferente. Tivemos a oportunidade de dirigir tanto o Pulse quanto o Fastback Hybrid por cerca de 20 quilômetros, primordialmente em trechos urbanos, cenário ideal para carros híbridos apresentarem o máximo de economia por conta do trânsito e do “anda e para” constante..

Ao final dos dois testes, porém, embora o painel do fluxo de energia, novidade em ambos os SUVs, tenha mostrado um comportamento dinâmico interessante, o consumo médio apresentado na tela foi decepcionante: 5,8 km/l no Fastback e 6,1 km/l no Pulse, ambos com etanol no tanque.

Motor T200 Hybrid não altera potência ou torque dos Fiat Hybrid (Imagem: Paulo Amaral/)

Apenas para efeitos de comparação, as versões dos SUVs equipadas com o mesmo motor térmico, mas sem o auxílio da eletrificação, entregam, de acordo com a aferição oficial do PBEV do Inmetro, números mais otimistas: 8,1 km/l para o Fastback e 8,5 km/l para o Pulse. Como explicar, então, essa piora com os híbridos?

Números puros “enganam”

A reportagem do CT Auto apresentou os números do test-drive a algumas pessoas ligadas ao desenvolvimento dos novos carros da Fiat para procurar entender o porquê de as variantes híbridas do Pulse e do Fastback apresentaram um consumo maior de combustível do que as “irmãs” a combustão.

Consumo registrado após parte dos percursos com o Pulse (à esq.) e o Fastback Hybrid (Imagens: Paulo Amaral/)

Segundo as fontes ouvidas (sob a condição de anonimato), a diferença pode ser explicada pelo “deflator do Inmetro”, que faz as aferições de acordo com as normas dos Estados Unidos e, por conta disso, os números puros “enganam”. Os novos Pulse e Fastback híbridos, garantiram, economiza até 20% a mais que as equivalentes flex, mas, para isso, o comparativo “precisa ser feito no mundo real”.

Pulse e Fastback Hybrid: O que esperar?

De acordo com os executivos da Fiat, a chegada das versões híbridas para ocupar um lugar intermediário nos line-ups do Pulse e do Fastback tem como objetivos aumentar o mix de vendas, hoje em torno de 40% e “democratizar a eletrificação”.

Novos Fiat Pulse e Fastback Hybrid chegam ainda em novembro às lojas (Imagens: Paulo Amaral/)

Após o primeiro contato ao volante dos SUVs e, principalmente, com base nos números colhidos em um test-drive majoritariamente urbano, o objetivo final parece bem claro, mas é um pouco diferente do que a marca pregou na apresentação.

A adoção de um nível mínimo de eletrificação no carro foi suficiente para enquadrar os modelos como híbridos leves (MHEVs) e, assim, deixar os dois SUVs preparados para encarar as leis de controle de emissões, que ficarão mais rígidas nas novas fases do Proconve L8 nos próximos anos.

De quebra, quem mora em cidades como São Paulo, terá ainda o benefício de poder utilizar o carro mesmo em horários de rodízio, já que os veículos menos poluentes, com qualquer nível de eletrificação, são isentos por lei. Vale a pena? A resposta para essa questão só será possível após um contato maior com o carro para uma avaliação completa sobre a real economia no uso cotidiano.

Fiat Pulse e Fiat Fastback Hybrid: Versões e preços

  • Fiat Pulse Audace T200 Hybrid AT: R$ 125.990,00
  • Fiat Pulse Impetus T200 Hybrid AT: R$ 140.990,00
  • Fiat Fastback Audace T200 Hybrid AT: R$ 151.990,00
  • Fiat Fasback Impetus T200 Hybrid AT: R$ 161.990,00

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