Em meio às dificuldades na produção do Exynos 2500 para o Galaxy S25, um engenheiro da divisão de chips da Samsung atribuiu os problemas ao limite de 52 horas semanais de trabalho na Coreia do Sul, o que, segundo ele, reduz a eficiência da equipe. O funcionário falou com o periódico coreano Chosun em condição de anonimato, corroborando rumores de que a divisão de chips da Samsung estaria em crise.
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“Em muitos momentos nos últimos anos, precisei deixar trabalho inacabado e ir para casa devido ao limite de 52 horas, mesmo com o prazo do projeto próximo,” disse um engenheiro. “Por conta disso, alguns funcionários importantes às vezes trabalham fora do expediente, para que suas horas extras não sejam registradas pela empresa.”
A carga horária máxima de 52 horas (40 horas regulares + 12 horas extras) foi implantada em 2018 na Coreia do Sul e tem sido criticada em algumas situações. Antes, o país asiático permitia semanas de até 68 horas em escala 6×1 (6 dias de trabalho, 1 dia de descanso).
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Apesar da crítica do engenheiro, outra fabricante de semicondutores na Coreia do Sul, a SK Hynix, não parece enfrentar os mesmos problemas da Samsung, embora opere sob o mesmo regime. O funcionário ainda cita pressão para concorrer contra empresas globais no segmento, em especial, a taiwanesa TSMC.
Jornada de trabalho semanal x produtividade
Enquanto a equipe da TSMC atua em condições relativamente similares às da divisão de chips da Samsung, existe uma diferença de escala que dá vantagem à empresa de Taiwan.
Estimativas mais recentes apontam que a TSMC teria algo 80 mil e 110 mil funcionários, enquanto a Samsung estaria mais próxima de 10 mil pessoas focadas em semicondutores.
Por isso, a Samsung estaria se preparando para terceirizar a fabricação de seus próprios chips Exynos para a TSMC em Taiwan, segundo rumor divulgado nesta quinta-feira (14) no X pelo informante Jukanlosreve.
A empresa já fornece o mesmo serviço para grandes marcas como Apple, Qualcomm, NVIDIA e AMD. Fora a Samsung, outra nova cliente da TSMC poderia ser a Intel, que também enfrenta problemas sérios de fabricação de semicondutores.
PEC no Brasil e as discussões sobre carga horária
No Brasil, que permite até 54 horas de trabalho por semana atualmente, a discussão sobre a carga horária chegou ao Congresso através da deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Nesta quarta-feira (13), ela conseguiu apoio suficiente para colocar a sua “PEC contra a escala 6×1” em discussão na Câmara dos Deputados em Brasília.
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de Hilton sugere reduzir a jornada legal no Brasil para 36 horas semanais em uma escala 4×3.
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