O deserto do Atacama é inóspito para a maioria das formas de vida, mas cientistas descobriram microrganismos vivos e possivelmente ativos nas áreas mais áridas do local, no Chile. Tudo isso graças a uma nova técnica que permite separar DNA microbiano vivo (iDNA) e morto (eDNA).
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Apesar de já ter ficado repleto de flores, o deserto do Atacama é considerado um dos lugares mais secos da Terra. Com o novo método para separar material genético extracelular (eDNA) de intracelular (iDNA), os pesquisadores do German Research Centre for Geosciences buscam entender melhor a vida microbiana nesses ambientes de baixa biomassa.
De acordo com os pesquisadores envolvidos, a maioria das ferramentas disponíveis para extrair DNA de solos deixa uma mistura de células vivas, dormentes e mortas de microrganismos.
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eDNA e iDNA
Um desafio é que o sequenciamento metagenômico desse DNA requer DNA de “boa qualidade” e uma quantidade suficiente. É difícil, quando falamos desses ambientes.
Justamente para remediar esse problema, o grupo criou um processo para filtrar células intactas de uma mistura, deixando para trás fragmentos genéticos de eDNA liberados por células mortas. Nos testes, eles descobriram que após 4 repetições, quase todo o DNA em uma amostra havia sido dividido em 2 grupos.
Microrganismos no deserto do Atacama
Nos testes, os pesquisadores encontraram Actinobacteria e Proteobacteria em todas as amostras do solo do deserto do Atacama, tanto nos grupos de eDNA quanto nos de iDNA.
Em amostras coletadas de profundidades de menos de 5 centímetros, eles descobriram que a bactéria Chloroflexota dominou no grupo iDNA.
“A nova técnica de separação de e-DNA e iDNA oferece descobertas sobre a comunidade viva no nível de extração de células. Ressaltamos a importância de utilizar técnicas genômicas alternativas em ambientes de baixa biomassa, onde análises tradicionais baseadas em DNA e RNA podem não ser viáveis”, diz o estudo.
“Os resultados demonstram a viabilidade da estrutura de estudo proposta e mostram que microrganismos especializados são importantes nos processos iniciais de formação do solo”, completa o material.
As descobertas sobre os microrganismos vivendo no deserto do Atacama foram publicadas na revista Applied and Environmental Microbiology.
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