Cientistas liderados por Jacob Kegerreis, do Centro Ames de Pesquisa, da NASA, propõem uma nova explicação para a origem das luas de Marte. Através de simulações computacionais, eles sugerem que os satélites naturais do Planeta Vermelho podem ter sido formados a partir de detritos rochosos deste mundo, que teriam vindo de um asteroide que teve o azar de se aproximar demais. 

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Através dos supercomputadores da Universidade de Durham, a equipe realizou centenas de simulações de um impacto causado por um asteroide. Eles ajustaram o diâmetro, rotação, velocidade e distância do planeta em sua aproximação máxima até cruzar o Limite de Roche, que descreve a distância em que as marés gravitacionais do planeta são tão fortes que iriam romper o objeto. 

A equipe descobriu que parte dos detritos seria perdida para o espaço, mas fragmentos suficientes do objeto sobreviveram em órbita em várias simulações. Estes pedacinhos colidiram entre si e se agruparam em novas partículas, até se organizarem em um disco ao redor do Planeta Vermelho. Fobos e Deimos teriam vindo daquela estrutura. 


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Fobos e Deimos, as luas que orbitam Marte (Imagem: Domínio Público)

Fobos e Deimos são luas que medem 26 km e 16 km, respectivamente, e têm formato irregular. O problema é que é difícil explicar a origem delas: suas órbitas não correspondem àquelas esperadas de asteroides capturados pela gravidade marciana, sendo mais parecidas com as órbitas de luas que se formaram ao redor do planeta. 

Outra possibilidade é que Fobos e Deimos tenham se formado como nossa Lua, ou seja, vieram dos detritos ejetados ao espaço após um impacto em Marte — mas mesmo neste caso ainda há uma lacuna deixada pelas distâncias delas em relação ao planeta. Portanto, faltava uma terceira opção. E é aqui que entra o novo estudo.

O novo modelo explica as órbitas circulares e equatoriais das luas, mostrando também o porquê de Deimos ter se formado mais longe que Fobos. “Nossa ideia permite distribuição mais eficiente do material ‘formador de lua’ às regiões mais externas do disco”, explicou Jack Lissauer, coautor do trabalho. “Isso significa que um asteroide ‘pai’ muito menor poderia entregar material suficiente para levar os blocos construtores das luas ao lugar certo”, finalizou. 

Vale ressaltar que os resultados não são uma explicação definitiva para este mistério cósmico, mas sim uma hipótese que pode ajudar em estudos futuros. “O novo modelo faz previsões diferentes sobre as propriedades das luas, que podem ser testadas contra as ideias-padrão deste evento essencial na história de Marte”, finalizou Kegerreis. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Icarus. 

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