Se ao entrar no carro ou até mesmo no transporte público e em barcos você sente náuseas, tontura e passa mal, saiba que isso tem nome: cinetose. A condição leva esse nome porque o prefixo “cine”, em grego, significa movimento e a terminologia “ose” indica doença (assim como em virose, osteoporose, etc).
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De acordo com Fernão Bevilacqua, médico otorrinolaringologista do Hospital Albert Sabin de SP, ela é desencadeada quando o corpo entende que está parado, mas vê ou está dentro de algo em movimento
Em entrevista ao , Bevilacqua, que também é membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Academia Brasileira de Audiologia, esclarece algumas dúvidas relacionadas à cinetose. Conversamos também com a otorrinolaringologista Ana Carolina Cassanti, membro titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologista e Cirurgia Cervico-Facial, que responde as principais questões relacionadas ao enjoo do movimento.
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- O que desencadeia a cinetose?
- Pode ter a ver com o emocional?
- Qual o tratamento? Tem cura?
- Quais as medidas para aliviar?
- Tem algum grupo de pessoas ou faixa etária que sofre mais com isso?
- Existem diferentes graus ou ela se manifesta igual para todos?
1- O que desencadeia a cinetose?
“O gatilho é quando o corpo está parado, mas existe uma imagem em movimento, ou você estar em movimento e a imagem parada”, explica Bevilacqua. Inclusive, quem sofre do problema costuma passar mal em também experiências com óculos de realidade virtual.
O mal-estar pode acontecer até mesmo durante um filme, em uma montanha-russa ou brinquedos similares e ao ver veículos passando na rua, acrescenta Ana Carolina.
2- Pode ter a ver com o emocional?
Segundo Bevilacqua, não, pois se trata de uma questão de sincronização entre as informações visuais recebidas e o equilíbrio/posicionamento do corpo. A cinetose acontece no sistema vestibular do paciente, onde está o labirinto, na região dos ouvidos.
3- Qual o tratamento? Tem cura?
De acordo com Ana Carolina, o tratamento pode envolver exercícios realizados por uma fonoaudióloga, na chamada reabilitação labiríntica. Ela envolve o “treinamento” do labirinto, região responsável pelo equilíbrio do corpo.
“Além disso, existem medicamentos que podem aliviar os sintomas em um primeiro momento, antieméticos que inibem a tontura. Não está tratando a condição, mas pode aliviar os sintomas”, complementa Bevilacqua.
Aliás, Ana Carolina destaca que, se possível, é bom evitar ao máximo os estímulos que desencadeiam o mal-estar.
4- Quais as medidas para aliviar?
Uma boa hidratação e os exercícios, de ter o corpo em movimento e a imagem parada, ou o contrário. A ideia, aqui, é aumentar gradativamente a exposição ao que desencadeia as crises, a fim de “acostumar” o cérebro a lidar com tais desafios. De acordo com o médico, tanto fonoaudiólogos quanto fisioterapeutas são profissionais capacitados para ministrar os exercícios e auxiliar o paciente.
Já Ana Carolina destaca que entre as melhores medidas estão evitar andar no banco traseiro de veículos, evitar ler e pegar celular durante o movimento, além de abrir janelas e se manter olhando para a frente.
5- Tem algum grupo de pessoas ou faixa etária que sofre mais com isso?
“Sim, os grupos extremos. Crianças, que ainda não estão habituadas e idosos, que já encaram um declínio cognitivo”, explica Bevilacqua.
Ana Carolina diz ainda que mulheres e pacientes com enxaqueca tendem a sofrer mais com essa questão. Entre os mais jovens, ainda, a tendência é melhorar ao entrar na adolescência, por volta dos 13 anos.
6- Existem diferentes graus ou a cinetose se manifesta igual para todos?
“Cada um tem uma sensibilidade diferente, mas todas que apresentam esse problema precisam e fazer o mesmo tipo de tratamento”, finaliza Bevilacqua. Há pessoas que passam mal apenas durante a viagem e melhoram assim que chegam ao destino. Outras, levam alguns dias para sair do estado vertiginoso.
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