Adesivos de humor funcionam mesmo ou são efeito placebo? Várias empresas ao redor do mundo têm prometido efeitos antiestresse através desses adesivos com ingredientes naturais. Eles podem vir em muitas formas, e alguns deles foram até aprovados por órgãos de saúde, como a Food and Drug Administration (FDA, dos EUA, agência reguladora que atua como a Anvisa).
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Os adesivos “naturais” contam com extratos de plantas, vitaminas e minerais. Em vez de conter produtos farmacêuticos, são esses ingredientes que supostamente ajudam a controlar o estresse e a ansiedade, ou facilitam a concentração.
Adesivos “naturais”
Vale ressaltar que os adesivos que prometem ingredientes mais naturais não são aprovados pela FDA, ou seja: não passaram pela análise de evidências científicas para garantir eficácia.
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Muitos deles contam com avisos de que o adesivo não busca diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença ou condição de saúde, como forma de evitar a necessidade de aprovação.
Alguns possuem ingredientes como a ashwagandha, uma planta que tem sido estudada como forma de tratamento para estresse crônico. No entanto, ainda não há dados suficientes para acreditar que é eficaz (nem mesmo administrada por via oral, quanto mais absorvida pelo corpo na forma transdérmica).
Existem, também, os adesivos emissores de frequência, como o da empresa NuCalm. A promessa é que eles fornecem a neuroquímica para acelerar o início da resposta de relaxamento ao emitir frequências específicas.
Em entrevista ao The Guardian, o CEO da NuCalm, Richard Poole, explicou que esses adesivos possuem uma bobina e um “oscilador multi-onda de seis camadas” como fonte de energia para a emissão de frequência. Na ocasião, a própria repórter que conduziu a matéria cortou o adesivo ao meio e constatou que não havia nenhuma bobina à vista.
Adesivos farmacêuticos
A ideia de um adesivo administrar um medicamento no corpo não é nova, tampouco surreal. Existem vários adesivos que passam medicamento através da pele, como um do MIT que aplica ondas ultrassônicas, criando pequenos canais pelos quais os medicamentos podem passar, além de anticoncepcionais, opioides e os famosos adesivos de nicotina.
Nessa linha, existem os adesivos farmacêuticos aprovados pela FDA, como o EMSAM, que realmente administra um antidepressivo e pode ser usado para o tratamento de depressão. Só que, nesse caso, ele precisa ser prescrito por um médico. Para a criação de medicamentos de administração transdérmica, vários estudos são conduzidos tanto para formulação quanto para análise em pacientes — o que não acontece com os adesivos do humor.
Em resumo: o que se observa é que os chamados adesivos de humor que não passam por testes de eficácia científica estão muito mais próximos do efeito placebo e da pseudociência do que de um medicamento testado e aprovado.
A recomendação é procurar por métodos mais confiáveis para tratar sintomas de depressão, estresse ou ansiedade. O primeiro passo é buscar ajuda profissional, com um psicólogo e, eventualmente, um psiquiatra e seguir um tratamento baseado em evidências científicas.
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