Parece que Marte teve continentes primordiais há cerca de 4,4 milhões de anos. A descoberta veio de análises do meteorito marciano conhecido como Beleza Negra, e indica tanto os processos da evolução do Planeta Vermelho como pista sobre o passado da Terra.
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“Beleza Negra” é o apelido do meteorito NWA7533, que foi encontrado no deserto do Saara e é considerado o mais antigo fragmento de Marte já encontrado na Terra. Sua estrutura escura e brilhante sugere que se formou quando o Planeta Vermelho estava em sua “infância”.
Já o interior do objeto é escuro e repleto de grãos de cor rosada e esbranquiçada, que são fragmentos rochosos e poeira consolidados após impactos ocorridos no hemisfério sul de Marte. Brigitte Zanda, especialista em meteoritos do Museu Francês de História Natural (MNHN) e coautora do novo estudo, observa que todos os meteoritos de Marte encontrados até agora estavam relacionados a basaltos.
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Encontrados na Terra, os basaltos são as rochas densas que formam a crosta do nosso planeta. Eles são feitos do resfriamento rápido do oceano de magma na superfície de planetas em formação. Os cientistas acreditavam que, em Marte, o processo não resultaria na formação de continentes, mas o rover Curiosity, que explora o planeta desde 2012, encontrou rochas marcianas mais ricas em sílica que basaltos.
Passado de Marte
É aqui que entra o novo estudo. As análises mostraram que o Beleza Negra tem granito, mineral que contém quartzo, mineral de pura sílica. “Parece claro que os continentes primordiais se formaram em Marte e que isso está relacionado a impactos que derreteram uma espessura considerável da crosta marciana”, sugeriu a autora.
Depois, os líquidos formados teriam evoluído para formações rochosas mais ricas em sílica, A descoberta dos minerais no meteorito sinaliza também a presença da água na superfície do planeta, e pode também trazer pistas sobre processos geológicos ocorridos no início da evolução terrestre — afinal, “não temos acesso a rochas tão antigas na Terra”, ressaltou Zanda.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Geosciences.
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