Monster Hunter Wilds é o novo jogo da franquia da Capcom, que continua levando os jogadores a caçar e enfrentar monstros gigantes em sequências de ação de tirar o fôlego. O recebeu o mais recente título para trazer a você nossa análise, assim como o que esperar de seu lançamento no PS5, Xbox Series e PC.
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A principal proposta do jogo é trazer seus principais elementos de forma didática para os novatos, enquanto renova e eleva todos os demais padrões. Por trás do salto gráfico, novas mecânicas e a nova estrutura interligada à história, existe um game que tem potencial de prender tanto quanto o capítulo anterior: Monster Hunter World (que continua atraindo uma alta quantidade de jogadores).
Ou seja, mesmo que Monster Hunter Wilds mantenha seu pilar em exploração do mapa, luta contra monstros usando estratégia e os recursos do cenário, cooperação com os demais caçadores e a coleta de materiais (para criar armas, armaduras e itens), ele vai além e traz uma jornada maior e mais “completa” aos fãs.
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Prós
- Mistura entre história e game traz um bom ritmo
- Combate dinâmico e interatividade são bem construídos
- Inteligência artificial dos NPCs está excelente
Contras
- Câmera atrapalha bastante o desempenho nos combates
- Dificuldade foi muito reduzida
Ficha técnica
- Desenvolvedor: Capcom
- Produtora: Capcom
- Gênero: Ação/Aventura
- Data de lançamento: 28/02/2025
- Plataformas: PS5, Xbox Series, PC
- Multiplayer: Online (Co-op PvE)
- Testado no PS5 Pro através de código cedido pela produtora
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Liberdade guia Monster Hunter Wilds
Antes um elemento secundário na franquia, a história agora assume o papel central em Monster Hunter Wilds. Ela guia os jogadores através das missões e criaturas que encontra à frente: as áreas do mapa, monstros, armaduras e todo o restante agora dependem desse fator.
Os jogadores agora têm um mapa de ambiente aberto para ser explorado (com áreas interconectadas que são liberadas conforme avança na trama). Toda sua extensão pode ser percorrida, seja para ir atrás dos monstros fora das missões, buscar recursos ou procurar por “atividades não-catalogadas”.
Quando dizemos que há ações “extras” em Monster Hunter Wilds, isso significa que há mais coisas para se fazer além das missões principais. Grande parte pode seguir a história e eventos, desbloqueando seus equipamentos e bônus aos poucos. Porém, se estiver confiante, pode seguir sem rumo e quem sabe achar monstros que não estão incluídos nestas atividades, novos locais de pesca, itens raros e outros.
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Essa liberdade é o que dita o caminho na experiência. Não há problema algum em seguir apenas a trama, e tudo que ela oferece é até “bem generoso”. Porém, a Capcom abre espaço para as pessoas corajosas que vão além e fazem mais do que o básico. Quem opta por seguir neste caminho, recebe recompensas de acordo com o que encara, o que pode dar um upgrade maior em suas armas e equipamentos.
“A história não é tão impactante e chega a se tornar bem previsível em partes mais avançadas, mas cumpre sua tarefa e traz personagens muito cativantes”
Aventura mais dinâmica
Toda a liberdade que o jogador tem em Monster Hunter Wilds também se reflete nos combates. Quem aceita missões, continuará seguindo os padrões de ter de voltar para o acampamento para repor estoque de itens ou de ser derrotado até três vezes antes de falhar na tarefa. No entanto, notará casos que será muito bem-sucedido, mas vai faltar apenas uma garra, escama, osso que seja para montar aquela arma bacana.
Você não precisa voltar na mesma missão e fazer tudo novamente. Basta encontrar o monstro no mapa e ir para cima dele. Assim que conquistar o que tanto deseja, é possível largar ele por ali mesmo e seguir sua aventura sem qualquer entrave. Simples assim. Claro que não receberá o dinheiro que a guilda oferece em suas tarefas habituais, mas economiza um tempo de “grinding” que é muito bem-vindo.
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Os combates também estão mais dinâmicos e mostram o quanto a Capcom teve um cuidado maior com as novidades de Monster Hunter Wilds. Todos sabemos que não basta chegar batendo no monstro e contar que, mais cedo ou mais tarde, ele cairá. É necessário ter um pouco de estratégia. Com novas opções para os jogadores, isso é ampliado.
Uma delas é a presença de Seikret como montaria. Ele é extremamente útil, principalmente nos combates. Acionando um botão, ele pode te pegar no meio do combate para abrir uma distância maior entre você e o monstro. Ou, em casos drásticos, dar espaço para procurar e utilizar um item que toda a ação impedia. Além disso, se antes os caçadores tinham de parar em algum canto para afiar sua arma, agora podem fazer isso em movimento com o “pseudo-Chocobo”.
Além das armadilhas criadas pelos jogadores, Monster Hunter Wilds também amplia a quantidade de armadilhas naturais e de seus efeitos criativos. São várias espalhadas pelos cenários, esperando para serem usadas e facilitarem seu embate contra as criaturas. Em alguns casos, elas são a diferença entre a vitória e a derrota, deixando confrontos mais equilibrados em caso de monstros poderosos.
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“Se atente à dica: há armadilhas que aparecem apenas com a interação de alguns monstros com os cenários. Se mantenha de olho aberto para oportunidades que podem aparecer durante as lutas”
Inteligência artificial exemplar
Um dos aspectos que mais impressiona são os avanços realizados com a inteligência artificial dos NPCs, sejam eles inimigos ou aliados. Se você parar e observar qualquer um deles, notará que eles têm diversas ações independentes da sua e isso dá um “tempero” maior para toda a jornada.
Em relação aos seus aliados, chega a ser divertido: quer falar com Alma para ver as próximas missões? Ou com Gemma, para fazer um upgrade no seu equipamento? Elas podem estar passeando pelos locais que visita, de forma despretensiosa. Inclusive, há momentos em que param, observam e até interagem com outros NPCs.
O mesmo vale nos combates, com personagens que realmente ajudam dentro das batalhas offline. Durante os testes, os servidores de Monster Hunter Wilds estavam desligados, o que me levou a testar a eficiência da equipe de apoio com a IA do jogo. E eles salvam vidas, diga-se de passagem. Atacam, desviam, chamam a atenção, plantam armadilhas, te curam, executam o combo completo e de forma muito útil.
Isso também vale para as criaturas, que têm um conjunto maior de ações no game. Nenhuma delas apanha “parada” (exceto quando está com algum status negativo), elas reagem a cada movimento do jogador e utilizam todas as partes de seu corpo para vencer. Além disso, quando as batalhas ficam mais intensas, eles podem se tornar mais agressivos ou até tentam escapar com mais frequência dos seus ataques.
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Aí que entra a diversão em Monster Hunter Wilds, já que nestas fugas eles podem encontrar outros e entrar em disputas que vão além do jogador (que se beneficia disso, logicamente). Há casos também de outros estarem passeando e serem atacados, entrando na briga junto “de graça”. E não há limites, em nosso teste já vimos até quatro monstros brigando simultaneamente.
Detalhes que merecem atenção
Não é novidade para ninguém que a Capcom está trazendo a franquia Monster Hunter para o ultrarrealismo e isso se reflete em Monster Hunter Wilds. Mesmo jogando no Modo Desempenho, que traz 60 FPS, ele continua com gráficos excepcionais e que não deixam a desejar em comparação aos últimos lançamentos de 2024.
Há duas batalhas de Monster Hunter Wilds que se destacam neste quesito. Uma contra Uht Duna, que ocorre embaixo de uma chuva torrencial e no meio de um lago – criando diversas ondas durante a sua movimentação, o que se torna um verdadeiro espetáculo visual. Outro é Rey Dau, que te enfrentará enquanto diversos raios caem sobre o campo e traz um show de luzes dentro da experiência.
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Apesar de jogar antes da primeira atualização, que deve chegar no lançamento de Wilds, foram encontrados pequenos erros e problemas dentro do jogo. Todos os vistos (sejam gráficos ou de desempenho) podem ser considerados “pequenos”, provavelmente serão corrigidos nos primeiros patches e não atrapalham o jogo no geral. Garantimos que ele foi 100% jogável de seu início ao fim, algo que é muito importante hoje em dia.
O que continua não ajudando os fãs em Monster Hunter Wilds é a sua câmera. Não é apenas uma ou duas, mas várias vezes que você está embaixo de algum monstro ou “preso” entre ele e a parede que fica impossível ver o que está acontecendo ou para onde mirar seus ataques. Independentemente do seu grau de experiência na franquia, isso atrapalha e vira um constante incômodo.
É notável também um certo “cansaço” na construção do jogo com a sua história. Se no começo temos mais cutscenes, visitas a locais com momentos de lazer e uma preparação de terreno, entre o capítulo 2 e 3 a estrutura se torna similar à vista em Mortal Kombat: enfrenta algo, volta para base para ter um pouco de avanço na narrativa, depois vai seguir para enfrentar outro monstro – e isso se repete até o fim assim.
Foco demais em acessibilidade
Monster Hunter Wilds é acessível para atrair uma quantidade ainda maior de jogadores, mas isso pode se tornar um problema para quem acompanha a franquia há algum tempo. Se você gostava da dificuldade de Monster Hunter World e até a vista em MH Rise, é importante que saiba que no novo capítulo as batalhas estão muito mais fáceis.
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Citamos a presença do Seikret e de mais armadilhas, mas vai um pouco além disso. Além de poder montar em seus inimigos para causar uma quantia considerável de dano (como em Monster Hunter Rise), se atacar repetidamente uma parte do corpo dos monstros, ela brilha e permite que execute outra ação que causa ainda mais dano – o que reduz e muito a duração dos embates.
Enquanto há combates que trazem um desafio real aos jogadores e vão botar em cheque suas habilidades, a maioria deles não passará de um pequeno incômodo para aqueles que sabem o que estão fazendo. Há criaturas que impactam pela apresentação, pelos relatos que chegam in-game, mas na hora do embate te trazem menos dor de cabeça do que os primeiros chefões.
“Isso pode ser perfeito para os novatos e quem está entrando na franquia agora, mas tornar fácil demais pode manter o público fiel afastado de Monster Hunter Wilds”
Até mesmo a exploração do cenário de Monster Hunter Wilds possui uma facilidade maior. Não que alguém goste de se perder nos mapas, mas agora basta apertar um botão que o Seikret te leva diretamente para onde deseja. Isso mesmo, não precisa nem mais ter a parte da busca em sua caça. Basta subir nele e te levará direto para o monstro que vai enfrentar.
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Vale à pena jogar Monster Hunter Wilds?
Se comparado com Monster Hunter World e Rise, Monster Hunter Wilds se destaca bastante e traz muito mais a ser celebrado do que criticado. Ele serve não apenas como uma nova porta de entrada na franquia, mas como uma verdadeira comemoração das duas décadas que ela esteve presente na indústria gaming (completou 20 anos em 2024).
Não apenas no aspecto gráfico e de sua qualidade, mas a inclusão da história e vários outros elementos dentro da nova aventura conseguiu trazer uma renovação bem-vinda e que pode trazer mais vantagens no futuro. Se você está esperando DLCs e expansões, no próprio jogo base há um pós-game riquíssimo e que traz não apenas uma sequência dos eventos vistos na trama, mas outros monstros icônicos.
Eu recomendo que dê uma chance para Monster Hunter Wilds, já que ele realmente cumpre seu papel de ser um dos maiores lançamentos deste primeiro semestre de 2025. Ele abre as portas da franquia para uma nova geração de fãs, de tecnologia e te apresentará uma “pequena amostra” do que deve esperar para o futuro da série nos videogames.
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