A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) anunciou nesta segunda-feira (3) um novo investimento de US$ 100 bilhões para expandir sua presença nos Estados Unidos. O plano, revelado durante encontro entre o CEO da companhia, C.C. Wei, e o presidente Donald Trump na Casa Branca prevê a construção de três novas fábricas de chips, duas instalações de empacotamento avançado e um grande centro de pesquisa e desenvolvimento.

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O novo aporte eleva para US$ 165 bilhões o total de investimentos planejados pela TSMC nos EUA, consolidando-se como o maior investimento estrangeiro direto da história país. A expansão acontece em um momento crucial, quando a administração Trump intensifica as pressões sobre produtos asiáticos com ameaças de tarifas de até 100% sobre semicondutores feitos em Taiwan.

“Precisamos ser capazes de construir os chips e semicondutores de que necessitamos aqui mesmo. É uma questão de segurança nacional para nós”, declarou Trump durante o anúncio do investimento. A fala do presidente estadunidense evidencia a crescente preocupação de Washington com a dependência de chips produzidos na Ásia, especialmente diante das tensões geopolíticas envolvendo China e Taiwan.


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Nacionalização dos semicondutores

A decisão da TSMC de ampliar drasticamente sua presença nos EUA está diretamente ligada às pressões da administração Trump. Desde que reassumiu a presidência em janeiro, Trump tem ameaçado impor tarifas pesadas sobre chips fabricados em Taiwan, criticando inclusive o CHIPS Act — lei aprovada pelo Governo Biden — por não ter conseguido trazer mais produção de semicondutores para o país.

 

“Eles estão vindo para cá em grande escala porque querem estar no maior mercado do mundo e querem evitar as tarifas”, explicou o Secretário de Comércio Howard Lutnick durante o evento na Casa Branca. “Se não estiverem aqui, terão que sofrer [com as tarifas].”

De acordo com a TSMC, o novo investimento deve gerar 40 mil empregos na construção ao longo dos próximos quatro anos, além de milhares de postos de trabalho permanentes em manufatura avançada e P&D. A companhia projeta que a expansão irá impulsionar mais de US$ 200 bilhões em produção econômica indireta no Arizona e em todo o país na próxima década.

“Com o sucesso de nossa primeira fábrica no Arizona, junto com o apoio governamental necessário e parcerias sólidas com clientes, pretendemos expandir nosso investimento em manufatura de semicondutores nos EUA”, afirmou C.C. Wei.

Cronograma e desafios

Embora a TSMC não tenha divulgado um cronograma detalhado para as novas instalações, sabe-se que sua segunda fábrica no Arizona, atualmente em construção, deve iniciar a produção em 2028 utilizando processos de 2 nanômetros — a tecnologia mais avançada da companhia até o momento.

No entanto, a construção da primeira unidade enfrentou atrasos significativos e custos mais elevados que as instalações em Taiwan. Analistas como Andrew Tsai, presidente da Capital Investment Management Corp, expressaram receio: “Custos mais altos são definitivamente uma preocupação para a TSMC.”

Com investimentos de US$ 165 bilhões nos EUA, TSMC quer fugir da taxação da administração Trump e seguir como principal fornecedora de semicondutores do mundo (Foto: Reprodução/TSMC)

Posicionamento de Taiwan

O governo de Taiwan informou que precisará revisar o plano de investimento da TSMC nos Estados Unidos, conforme exigido por lei. Embora a porta-voz do gabinete presidencial, Karen Kuo, tenha indicado que o governo vê positivamente investimentos que aumentam a competitividade global de Taiwan, ela ressaltou um ponto crucial.

“Isso garante que, enquanto a TSMC expande seu investimento nos EUA, os processos mais avançados permanecerão em Taiwan”, disse Kuo, sinalizando que o país busca manter sua relevância estratégica na cadeia global de semicondutores, mesmo com a crescente pressão estadunidense por nacionalização da produção.

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