A evolução dos aparelhos de TV nos últimos anos trouxe experiências mais próximas dos cinemas para os ambientes domésticos. Afinal, é possível ter imagens de grandes dimensões e som dinâmico diretamente na sala de casa, o que pode ser mais barato e cômodo em muitos casos.
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Contudo, esse panorama não impediu a ida de milhões de brasileiros às salas de cinema. De acordo com os dados mais recentes da Ancine, a população frequentou estes espaços mais de 121 milhões de vezes em 2024 — um aumento de 6,1% em comparação com o ano anterior.
Mesmo assim, os números não são maiores que os vistos antes da pandemia de COVID-19. Foram 176 milhões de visitas ao cinema em 2019, um número que desabou para 39 milhões em 2020, e vem crescendo gradualmente desde então.
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Cinema entrega experiência além da imagem e som
De acordo com Juliana Flores, supervisora do cinema popular curitibano Cine Passeio, a experiência de ir ao cinema é capaz de superar a visualização de filmes em casa, mesmo que a qualidade das TVs seja boa. Para ela, o compartilhamento de emoções permanece como uma questão primordial:
“As pessoas entendem que a experiência da sala de cinema é única, e o ser humano precisa compartilhar emoções. Quando o primeiro espectador dá uma risada, a sala toda começa a rir em cadeia, por exemplo.”
Flores ainda destaca o papel das interações após o filme, já que é o momento em que as opiniões estão mais “frescas”. Por mais que a imagem e som das TVs sejam muito bonitos, essa parte mais humana da experiência é insubstituível, segundo ela.
O próprio papel dos cinemas de rua também é considerado importante para aprimorar esse aspecto, segundo a supervisora. Afinal, é ele que pode estender as interações de forma mais orgânica, em contraste com o que acontece em grandes cadeias de cinema dentro de shoppings:
“Tem uma questão das salas dos grandes conglomerados. Nestes casos, você sai da sala diretamente para um corredor de consumo no shopping, e a experiência é toda monetizada. No cinema de rua, você ainda sai respirando a temática do filme, e fica conversando sobre ele, por vezes até com desconhecidos”.

Gilberto Caldat é entusiasta do cinema em suas principais formas, e costuma alternar entre assistir às obras nas salas ou em casa. Ele identifica que a sensação conjunta traz aspectos positivos extras:
“Para mim, a coletividade do cinema é mais um ponto positivo do que negativo. Eu gosto dessa sensação de várias pessoas estarem no mesmo lugar, tendo o mesmo foco e estando sujeitas a afetos semelhantes”.
Ele ainda aponta que a presença em uma sala de cinema evita que ele tenha distrações enquanto está assistindo a um filme, já que não mexe no celular ou vai ao banheiro. “Trato o filme como o fim que ele é, e não um instrumento qualquer para entretenimento momentâneo”, complementa Caldat.
TVs estão cada vez mais perto dos cinemas
Por outro lado, o mercado de TVs está cada vez mais próximo dos cinemas. De acordo com Alexandre Gleb, gerente de produtos de TV da Samsung Brasil, as melhorias são voltadas para três pilares: imagem, som e usabilidade.
“As pessoas vão ao cinema porque querem ver em uma tela grande e ter o som surround que não encontram em casa. Mas a procura por telas grandes, especialmente acima de 65 polegadas, tem sido bastante alta”.

Gleb aponta que os consumidores entenderam a viabilidade de colocar uma TV grande em casa, mesmo que o espaço disponível não seja tão amplo.
Um desafio ainda maior é fazer com que o som de um setup doméstico se assemelhe ao do cinema. E esse é um ponto-chave para que o mercado de TVs evolua neste “duelo”:
“Os alto-falantes estão chegando com mais canais [de áudio, que dão a impressão de múltiplos speakers], e com som surround para envolver o ambiente. Já a tecnologia de criação de som virtual dá a percepção de que o áudio passa por cima da pessoa, que já é próximo do que se busca em uma sala de cinema”.
Entretanto, fazer uma tecnologia semelhante não significa que ela será facilmente distribuída. O brasileiro, um povo “viúvo do Home Theater”, segundo Gleb, ainda está se movimentando na direção de conhecer as soundbars.
“Eu vivencio muito isso, pois chamo pessoas para verem filmes em casa. Elas dizem ‘caramba, eu não preciso mais ir ao cinema. Já tenho o meu cinema em casa, vou ao banheiro e pauso quando quiser’”.
O executivo acredita que as evoluções das próximas TVs serão rápidas, e muito por conta dos processadores embutidos nelas. Os chips são capazes de otimizar a qualidade de imagem e som, inclusive com base em gostos de quem usa a TV, e características do ambiente.
“No futuro, essas tecnologias ficarão mais acessíveis. Assim como o 4K era inacessível no passado e não é mais, o mesmo ocorrerá com as soluções de otimização de imagem, entre outras soluções de interatividade”, celebra ele.
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