Ao que tudo indica, a Apple adotou uma técnica incomum para ampliar a autonomia da bateria do recém-lançado MacBook Air M4. De acordo com testes realizados pelo youtuber Vadim Yuryev, do canal Max Tech, a empresa alterou completamente a forma como o notebook lida com cargas de trabalho pesadas, priorizando o uso dos núcleos de eficiência em vez dos núcleos de performance do processador.

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A abordagem vai contra o padrão estabelecido na indústria e é uma mudança significativa em relação às gerações anteriores dos chips da companhia e dos processadores com arquitetura híbrida no geral. Tradicionalmente, workloads intensivos demandam o uso dos núcleos de alto desempenho para garantir a melhor performance possível — o que não ocorre no novo MacBook Air.

Apesar da nova estratégia focar principalmente na duração da bateria do novo notebook da Apple, ela também pode trazer outros benefícios e iniciar um novo paradigma de implementação de arquiteturas híbridas associado a técnicas mais eficientes de distribuição de cargas de trabalho com foco na experiência do usuário e otimização de hardware.


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Técnica da Apple vai contra senso comum

Processadores de arquitetura híbrida, como os chips da série M da Apple, normalmente distribuem as cargas de trabalho de acordo com sua intensidade. Tarefas pesadas são direcionadas para os núcleos de performance (P-Cores), enquanto processos em segundo plano e de baixa prioridade ficam a cargo dos núcleos de eficiência (E-Cores).

MacBook Air M4 ocupa todos os núcleos de eficiência em workloads pesados para ter mais tempo de bateria (Imagem: Divulgação/Apple)

No entanto, os testes realizados por Yuryev revelaram um comportamento diferente no novo MacBook Air M4. Ao executar o software de edição de fotos Adobe Lightroom Classic, o youtuber notou que apenas os seis núcleos de eficiência estavam sendo utilizados, enquanto os quatro núcleos de performance permaneceram praticamente ociosos.

A abordagem contrasta diretamente com o comportamento observado no MacBook Air M3, onde os núcleos de performance eram os principais responsáveis por lidar com o processamento pesado em edições de imagens. A decisão da Apple de priorizar os E-Cores mesmo em tarefas como essas sugere que a empresa encontrou uma forma de otimizar o desempenho desses núcleos, possivelmente com o auxílio do Neural Engine e de algoritmos de inteligência artificial para identificar quais aplicações podem ser executadas eficientemente sem comprometer a experiência do usuário.

Benefícios de usar 100% dos E-Cores

A estratégia de priorizar os núcleos de eficiência em cargas de trabalho pesadas traz diversos benefícios para o MacBook Air M4. O mais evidente é o aumento da autonomia da bateria, já que os E-Cores consomem significativamente menos energia que os P-Cores. Isso permite que o notebook mantenha um bom desempenho por mais tempo longe da tomada.

Outro ganho importante é a eficiência térmica. Como os E-Cores geram menos calor, o MacBook Air M4 consegue manter temperaturas mais baixas mesmo em tarefas pesadas. Isso é especialmente relevante considerando que o notebook não possui sistema de resfriamento ativo, dependendo apenas de um dissipador de calor passivo. Temperaturas mais baixas reduzem a necessidade de throttling (redução de desempenho para evitar superaquecimento), resultando em performance mais consistente ao longo do tempo.

A abordagem também pode contribuir para uma experiência mais fluida e responsiva. Ao distribuir a carga de trabalho entre mais núcleos (seis E-Cores vs. quatro P-Cores), o macOS consegue gerenciar melhor as tarefas em paralelo, potencialmente reduzindo travamentos e lentidões em cenários de uso intenso.

Além disso, essa técnica pode prolongar a vida útil do hardware. O uso menos frequente dos núcleos de alto desempenho reduz o desgaste do processador a longo prazo, o que é particularmente importante em um dispositivo sem opções de upgrade como o MacBook Air.

Teste feito pelo youtuber Vadim Yuryev mostra Lightroom Classic usando 100% dos E-Cores enquanto P-Cores permanecem ociosos (Imagem: Reprodução/Vadim Yuryev)

Preço e disponibilidade do MacBook Air M4 no Brasil

O novo MacBook Air M4 traz diversas melhorias além da nova abordagem de gerenciamento de energia. O notebook conta com suporte a dois monitores externos simultâneos, uma nova câmera FaceTime HD de 12 MP com tecnologia Center Stage e a adição da cor “sky blue” às opções de acabamento.

No Brasil, o MacBook Air M4 está disponível para venda por a partir de R$ 12.999 na versão de 13 polegadas e R$ 15.499 na versão de 15 polegadas. A Apple oferece descontos para estudantes e profissionais da área de educação, com preços a partir de R$ 11.799.

As entregas começaram nesta quarta-feira, dia 12 de março, nos Estados Unidos. No Brasil, embora o site oficial da Apple já mostre os MacBook Air M4, ainda não é possível comprá-los, tampouco há previsão de quando eles começarão a ser entregues.

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