O conceito de eVTOL, às vezes chamado de “carro voador elétrico” ou simplesmente de “avião elétrico”, parece ser uma ideia que nunca sai do papel. Mas a Nova Zelândia pretende mudar essa impressão. A Air New Zealand, principal companhia área do país, definiu a primeira rota para fazer um teste real de um eVTOL de nome Alia.
eVTOL é a sigla em inglês para aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical. Isso significa que, além de elétrico, esse tipo de veículo é capaz de fazer uma movimentação para iniciar e finalizar voos de modo semelhante a um helicóptero.
Não é por acaso que o Alia lembra justamente um… helicóptero. Desenvolvido pela Beta Technologies, uma startup com sede nos Estados Unidos, o modelo tem 12 metros de comprimento, pesa cerca de 3 toneladas e pode transportar até cinco pessoas mais o piloto. A sua velocidade máxima é estimada em 270 km/h.
A primeira rota do Alia
Testes preliminares indicam que o Alia tem autonomia de 480 km e pode ter suas baterias recarregadas em 40 a 60 minutos. Do ponto de vista comercial, esses parâmetros sugerem que a aeronave poderá ser uma solução de transporte para curtas e médias distâncias. Será? É o que Air New Zealand quer descobrir.
No final de 2023, a companhia área fechou um acordo com a Beta Technologies para adquirir um avião elétrico Alia, com opção de adquirir mais dois, além de direitos para outros 20 em um futuro mais distante.
A unidade número um, que também será o primeiro avião totalmente elétrico da Nova Zelândia, será testada em uma rota de aproximadamente 150 km ligando os aeroportos de Wellington e Marlborough. A expectativa é a de que seis a oito voos sejam feitos diariamente em altitudes entre 1.500 e 3.000 metros.
Os voos devem começar no final de 2025, mas não levarão passageiros de imediato. Inicialmente, o Alia transportará cargas para a NZ Post, a empresa estatal de serviços postais da Nova Zelândia.
Planos futuros para o eVTOL
Dependendo dos resultados dos testes, a Air New Zealand fará o primeiro voo efetivamente comercial do Alia até 2026. O eVTOL pode ajudar a companhia aérea em seu plano de reduzir a emissão de poluentes, dado que estimativas recentes mostram que 12% das emissões de carbono na Nova Zelândia são provenientes da aviação.
Conquistar a confiança dos passageiros também faz parte dos planos, como deixa claro Kiri Hannifin, diretor de sustentabilidade da Air New Zealand, ao 1news:
Nós queremos que os neozelandeses também se sintam confortáveis, então, parte dos próximos anos servirão para que os neozelandeses vejam que eles [os aviões elétricos] são seguros.
Kiri Hannifin
Nova Zelândia define rota de primeiro avião elétrico do país