Apple Vision Pro
Apple Vision Pro: headset VR e bateria (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

O interesse dos consumidores no Apple Vision Pro, headset VR da Apple, começa a cair. Lançado em fevereiro, dois meses atrás, a busca pelo headset está bem baixa, diz Mark Gurman, repórter da Bloomberg e especialista na big tech. Segundo fontes do jornalista, os clientes estão até faltando aos agendamentos para tirar as medidas de ajuste do Apple Vision Pro.

Outros relatos apontam que em algumas lojas é preciso uma semana para fechar cinco vendas do Vision Pro — sendo que antes eram vendidos até dois por dia. Até mesmo os curiosos, aqueles que iam para as lojas testarem o headset, diminuíram. As fontes de Gurman não chegam a apontar o motivo dessa queda de interesse, mas o histórico do segmento de headsets VR e outros pontos da Apple podem explicar.

O que causou a perda de interesse no Apple Vision Pro?

A queda no interesse do Apple Vision Pro não chega a ser nada surpreendente. Passado o hype inicial (feito por um belo marketing da big tech) no produto, o fato dito e repetido é que o Vision Pro é um headset VR como outro qualquer. Assim como seus rivais, ele é um item muito nichado — e muito mais caro que os concorrentes.

Apple Vision Pro - WWDC 23 (Imagem: Divulgação/Apple)
Bateria externa do Apple Vision Pro foi considerado um dos pontos negativos do headset em algumas reviews (Imagem: Divulgação/Apple)

Headsets VR são legais, entregam uma experiência divertida para alguns jogos e vídeos 360º, mas há um certo empenho para utilizá-los: delimitar o espaço, ativar e desativar as câmeras para ver o ambiente, desconforto ao usar por muito tempo (seja na visão ou no pescoço) e possíveis tonturas.

No caso do Vision Pro, ele tem uma bateria externa que atrapalha a experiência. Além disso, existem computadores — e smartphones — que fazem praticamente tudo que um óculos de RV faz, só não terão a imersão 360º. No início, o visionOS, sistema operacional do headset, também tinha bugs. Porém, apesar da Apple ter resolvido isso, boa parte dos apps do produto são versões do iOS.

Na coluna em que revelou a queda na procura pelo Vision Pro, Gurman dá como exemplo o seu próprio hábito de uso — e é relato recorrente de quem tem VR. No início, ele utilizava o headset VR da Apple várias vezes ao dia. Hoje, é uma ou duas vezes na semana. Conversei com um amigo que possui um Meta Quest 2 e ele também foi parando de usar regularmente com o passar do tempo. É um efeito natural diminuir o uso e interesse de algo após a compra.

Não dá de saber o tempo que as pessoas passam no Apple Vision Pro (a big tech deve saber), mas é provável que o mesmo esteja acontecendo com o headset VR. Afinal, a Apple pode chamá-lo de “dispositivo para spatial computing”, mas ele é um headset VR e passará pelos mesmos problemas dos concorrentes. Seja a diminuição de uso, seja o cansaço na visão ou tonturas.

Com informações: Bloomberg e MacRumors

Cai o interesse pelo Apple Vision Pro (e isso é natural)