Você já deve ter escutado que sabemos mais sobre o universo do que o oceano. A afirmação é um exagero, mas lembra o quão misteriosas são as águas do fundo do mar, como as que envolvem a Fossa das Marianas. Localizada no oceano Pacífico, é a região submersa mais profunda do planeta Terra.
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Dentro da Fossa das Marianas, uma espécie de vale às avessas, está a Depressão Challenger. Com 11 km de profundidade (contados a partir da superfície da água do mar), este é oficialmente o ponto mais fundo do oceano que conhecemos.
Para dimensionar o quão impressionantes são a Fossa das Marianas, vale pensar que a área total é 120 vezes maior que o desfiladeiro Grand Canyon, nos EUA. São 2,5 mil km de comprimento e 69 km de largura, formando uma meia Lua no fundo do mar. Na região, ainda há a fronteira convergente entre as placas tectônicas do Oceano Pacífico e das Filipinas.
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1. Depressão Challenger: o ponto mais fundo do oceano
O abismo do fundo do mar, a Fossa das Marianas, esconde o ponto mais profundo do oceano, que é a Depressão Challenger (ou “Challenger Deep”). Não satisfeito com este recorde, o local também abriga o terceiro colocado no ranking planetário. É a Depressão Sirena, a 200 km de Challenger.
2. Primeiro mergulho na Fossa das Marianas
A primeira expedição para um mergulho oficial na Fossa das Marianas ocorreu no dia 23 de janeiro de 1960. A expedição (que entrou para a história) foi feita com um tipo de submersível para mergulho livre. Assim, foi possível calcular pela primeira vez a profundidade: 11,5 km. Anos depois, o valor foi corrigido para aproximadamente 10,9 km.
3. James Cameron já visitou o local no fundo do mar
Entre as expedições mais icônicas para a Depressão Challenger, está a missão realizada com o cineasta James Cameron, responsável por grandes sucessos do cinema, como Avatar e Titanic. Feito no dia 25 de março de 2012, o “passeio” foi registrado com câmeras de alta resolução.
Pensar em Cameron é pensar no Titanic, o que rende uma boa comparação com o icônico naufrágio. O ponto é três vezes mais fundo do local em que estão os destroços do transatlântico RMS Titanic.
4. Ligação com Hades, deus do mundo inferior e dos mortos
O nome da Fossa das Marianas tem uma explicação bastante simples, já que está relacionado à localização geográfica: É próxima às ilhas Marianas, em homenagem à rainha consorte da Espanha, Mariana da Áustria. Entretanto, o mais simbólico é a referência à zona oceânica em que a fossa está.
Igual ao que ocorre com a atmosfera, as camadas do oceano recebem diferentes nomes, conforme se afastam da superfície. Por exemplo, a zona crepuscular (ou zona mesopelágica), marcada pela ausência de luz. Bem mais profundo, o limite da fossa está na zona hadopelágica ou ainda zona hadal. É uma referência ao deus grego do mundo inferior e dos mortos, o Hades, de tão inacessível que é para os reles mortais.
5. Pressão é tão forte que pode esmagar ossos
Não há luz, mas, além disso, a pressão é tão forte que pode esmagar inúmeras criaturas, ossos ou mesmo veículos submersíveis, sem a estrutura adequada. No ponto mais fundo da Fossa das Marianas, a coluna de água exerce uma pressão de 1.086 bar, ou seja, mil vezes maior que a pressão atmosférica ao nível do mar.
6. Vulcões de lama e fontes termais em atividade
Como a Fossa das Marianas está localizada em uma região entre placas tectônicas, a movimentação é intensa no fundo do mar. Segundo a agência norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), a região é marcada por uma série de vulcões submarinos e fontes termais. Estas fontes liberam água em temperaturas mais elevadas (quase fervendo) e excessivamente ácidas, em termos de pH.
7. Criaturas do fundo do mar na Fossa das Marianas
Apesar das adversidades da Fossa das Marianas, o local mais fundo do mar é habitado, e a vida resiste por lá, como mostra a gravação de uma expedição da Universidade de Aberdeen (Escócia), em 2014.
As áreas menos profundas são normalmente habitadas, mas, conforme os cientistas avançam na Depressão Sirena, as formas de vida vão se tornando raras. Em uma profundidade de até 6,5 km, alguns peixes grandes e enguias são comuns. Após este limite, sobrevivem apenas anfípodes (criaturas da ordem de pequenos crustáceos) e o peixe-caracol (Pseudoliparis swirei), com pouco mais de 30 cm. O exemplar vivo do animal que mais se parece com um girino estava a 8,1 km de superfície.
8. Saco plástico: a coisa mais bizarra já encontrada
Nem o lugar mais profundo do mar está livre do lixo humano e da poluição plástica, como revelou o explorador Victor Vescovo, em expedição realizada em 2019. No mergulho até a região em que a luz solar não chega, ele encontrou embalagens de alimentos e uma sacola plástica, mostrando o impacto até então impensável da ação humana no planeta.
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