Absolute Batman é, com certeza, uma das melhores histórias publicadas no mercado de quadrinhos nos últimos cinco anos. A mudança radical de perspectiva deu liberdade para que Scott Snyder criasse versões intrigantes, revigoradas e mais extremas dos principais personagens do cantinho do Cavaleiro das Trevas. E o autor aproveitou também para corrigir várias coisas que sempre foram questionadas e não fazem mais sentido diante de uma audiência que cobra mais verossimilhança.

Atenção para spoilers de Absolute Batman #1!

O recém-lançado Universo Absoluto da DC, um mundo criado e alimentado pela energia de Darkseid após sua morte e renascimento, estreia oficialmente um Batman sem aquela grana toda e à margem da sociedade.


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Este Homem-Morcego que é um azarão e um lutador, com mudanças significativas em relação ao seu homólogo do DCU, incluindo uma história de origem completamente diferente, status socioeconômico e muito mais.

É um Bruce Wayne que calça as sandálias da humildade se distancia bastante daquela versão folgada e desocupada, que desde os anos 1930 enfrenta o tédio xeretando e interferindo no trabalho da polícia — era até engraçado ver o bilionário saindo e pantufa e cachimbo para ficar se intrometendo dando pitaco que ninguém pediu.

Esse novo Batman deve dar um prejuízo na marmita da churrascaria (Imagem: Reprodução/Marvel Comics)

No Universo Absoluto ele cresceu trabalhando em saneamento, rede elétrica, departamento de água, prefeitura e agora como engenheiro civil. Isso deu a Bruce conhecimento e influência ​​em setores críticos das operações da cidade. Dessa forma, a visão ampla que o herói tem de sua cidade tem uma explicação mais coerente.

Qual vacilo o Batman Absoluto corrige?

Bem, os super-heróis e vilões não costumam ser exemplo de higiene, limpeza e organização, ainda mais quando estão em áreas públicas. Eles saem destruindo prédios, incomodando as pessoas, arrebentando pontes e estrada, vandalizando postes e parques. Enfim, parece até o brasileiro médio quando celebra o Ano Novo na praia.

E quem é que limpa e conserta tudo isso? Pois é, a Liga da Justiça é tão sovina que, além de não disponibilizar uma terapia para o Batman largar de sofrer tanto pela mesma condição de órfão de bilhões de pessoas no mundo, não tem vergonha na cara de pelo menos colocar bancos de praça no lugar de origem — o “jeitinho” que Thor salva as pessoas mas dilapida uma estrutura gigante e frágil em um planeta alienígena e Thor: Amor e Trovão é uma clara crítica irônica a esse comportamento porco e desleixado dos superseres.

Ele quebra, mas conserta, e deve até construir sua própria churrasqueira, igual o Rodrigo Hilbert (Imagem: Reprodução/Marvel Comics)

Aí é que o Batman Absoluto aparece com o Rodrigo Hilbert dos super-heróis, segundo as palavras de Alfred Pennyworth, que no Universo Absoluto é espião e assassino profissional. “Bruce não apenas luta contra o crime, ele está criando. Construindo. Até mesmo consertando o que destrói, reparando as escadas que explodiu ontem à noite.”

Bruce Wayne assume a responsabilidade pela destruição causada durante seu combate ao crime usando sua persona pública como engenheiro civil para reconstruir o que ele quebra. Embora Bruce não esteja pagando por todos os reparos ou os fazendo sozinho, já é um bom exemplo para a cambada vagabunda de superseres recolher seu próprio lixo e consertar a escorregada na graxa.

Tomara que essa moda pegue.

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