A cada instante, a ciência se renova e dá um passo adiante na luta contra o Alzheimer — seja a partir de alguma inovação voltada à detecção da doença, seja por algum método inédito de tratamento. Em 2024, pesquisadores do mundo todo se empenharam nessa batalha. Confira os principais avanços do ano contra o Alzheimer.
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Detecção
Exame de sangue
Em relação aos avanços na detecção da doença, pesquisadores da Universidade de Lund desenvolveram um exame de sangue que pode identificar a perda de memória do Alzheimer com 90% de precisão. Para isso, o exame mede a proteína tau217, que serve como um biomarcador da doença no sangue.
Enquanto isso, cientistas britânicos começaram a avaliar a possibilidade de usar um exame de sangue já disponível comercialmente para detectar o Alzheimer.
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Sinais de Alzheimer na fala
Pesquisadores da Universidade de Boston (BU) conseguiram detectar sinais precoces de Alzheimer a partir da forma como uma pessoa conversa. Uma nova ferramenta analisa o conteúdo de um discurso, as palavras escolhidas e como elas são usadas nas frases.
Prevenção
Semaglutida
Uma das grandes descobertas deste ano é que a semaglutida pode reduzir o risco de Alzheimer em pacientes com diabetes tipo 2, mas ainda são necessários estudos mais profundos para validar as descobertas.
Spray nasal
Cientistas da University of Texas Medical Branch (UTMB), nos EUA, e da Università Roma Tre, na Itália, criaram um spray nasal que impede o acúmulo de proteínas nocivas no cérebro, o que pode se mostrar como um grande aliado na prevenção da doença. Em Milão, outra equipe também investiu em um tipo de spray nasal capaz de retardar a deterioração cerebral ao desativar a função de uma enzima chamada S-aciltransferase.
Tratamento
Remédio para declínio cognitivo
Neurocientistas de Stanford descobriram que um tipo de medicamento desenvolvido para tratar câncer pode corrigir o declínio cognitivo da doença em fase inicial ao bloquear uma enzima específica chamada indoleamina-2,3-dioxigenase 1 (IDO1).
Líquido cefalorraquidiano
Neste ano, cientistas da Universidade de Washington também descobriram que o líquido cefalorraquidiano (fluido cerebrospinal) desempenha funções vitais no sistema nervoso central e tem ligações com o Alzheimer. Além do tratamento, a análise do líquido cefalorraquidiano também poderia ajudar a rastrear a progressão da doença.
Vacina
Certamente o maior avanço do ano foi o desenvolvimento da primeira vacina do Alzheimer. Em parceria com a startup de biotecnologia AC Immune, a farmacêutica japonesa Takeda começou a fórmula chamada de ACI-24.060, cujo objetivo é impedir que a doença avance.
A fórmula conta com anticorpos monoclonais, e a ideia é atacar as formas tóxicas da proteína beta-amiloide.
Cloridrato de donepezila
Uma equipe de Harvard testou o medicamento cloridrato de donepezila e descobriu que a droga usada para controlar os sintomas do Alzheimer coloca pacientes em estado de hibernação em momentos de emergência.
Descobertas relevantes
Origem do Alzheimer
Tratar a doença é importante, mas para alcançar mais eficácia, é importante saber a origem do Alzheimer. E foi exatamente isso que engenheiros da Universidade do Sul da Flórida (USF) buscaram ao criar um mapa gerado com IA. O foco é o processo de formação de um dos maiores terminais nervosos dos cérebros, e o estudo segue em andamento.
Progressão celular
Para descobrir como a doença progride no nível celular, cientistas do do Allen Institute (EUA) mapearam uma linha do tempo das mudanças celulares e moleculares de uma região do córtex chamada giro temporal médio, envolvida na linguagem, memória e processamento visual. Dessa maneira, identificaram as primeiras alterações celulares no cérebro, envolvendo o Alzheimer.
Genética
Outra descoberta relevante é que os riscos do Alzheimer são mais elevados para quem tem mãe com a doença. Conforme um estudo mostrou, o histórico materno de comprometimento da memória em qualquer idade foi associado à carga maior de beta-amiloide entre idosos assintomáticos.
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