Astronautas da Starliner têm preparo físico e mental para estadia na ISS

Em junho, os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams viajaram à Estação Espacial Internacional (ISS) com a nave Starliner, da Boeing. Eles iriam permanecer apenas uma semana no laboratório orbital, mas uma série de anomalias no veículo fez a NASA decidir mantê-los por lá até o ano que vem, para que possam retornar em segurança com uma nave Crew Dragon, da SpaceX. E agora?

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Fracasso da Starliner faz Boeing enfrentar dilema

Pode parecer desesperador pensar que uma missão de poucos dias se tornou uma jornada espacial de vários meses. No entanto, especialistas da Universidade Northeastern consideram que cenários do tipo são comuns na exploração espacial.

Jacqueline McCleary, especialista em cosmologia e professora assistente de física na Northeastern, ressalta que astronautas sabem que situações assim podem acontecer. Afinal, Wilmore e Williams são pilotos de testes e veteranos militares que estão “fisiológica e psicologicamente preparados” para passar mais tempo do que o planejado lá, disse ela.

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E a NASA publicou um comunicado enfatizando que não vão faltar recursos na ISS para a estadia prolongada de Butch e Suni. “A estação está bem abastecida com tudo que a tripulação precisa, incluindo alimentos, água, roupas e oxigênio”, ressaltaram. “Adicionalmente, a NASA e seus parceiros frequentemente lançam missões de reabastecimento, que levam suprimentos adicionais e cargas”, acrescentaram.

Butch Wilmore e Suni Williams continuam na ISS até 2025 (Imagem: Reprodução/NASA)

Já a pressão atmosférica e nível de oxigênio na ISS são controlados pelo Sistema de Suporte à Vida. O recurso é responsável também por reutilizar toda a água do laboratório orbital — incluindo aquela liberada na urina e no vapor.

Apesar de os astronautas terem dietas planejadas cuidadosamente, os tripulantes costumam relatar que a comida disponível na ISS não é saborosa, e isso pode prejudicar a alimentação deles. A NASA e outras agências espaciais acompanham atentamente a questão, já que a nutrição adequada é essencial para futuras missões espaciais mais longas.

O que astronautas fazem no espaço

Não pense que a dupla de astronautas está curtindo e relaxando durante a estadia prolongada em órbita. “A NASA está aproveitando o tempo extra de Butch e Suni a bordo do laboratório orbital, onde eles têm estado ocupados apoiando a pesquisa, a manutenção e os testes do sistema Starliner e a análise de dados da estação, entre outras atividades”, acrescentou a agência espacial.

Williams e Wilmore realizando manutenção no sistema do Plant Water Management (Imagem: Reprodução/NASA)

Eles podem enviar emails, realizar ligações e chamadas de vídeo com familiares e amigos quando têm algum tempo, o que certamente ajuda a diminuir a sensação de isolamento que Butch e Suni podem sentir. Claro, eles têm contato com os outros tripulantes, mas ainda assim as interações sociais são limitadas. Tanto o isolamento quanto o confinamento são considerados alguns dos fatores de maior risco na saúde mental de astronautas em missões espaciais de longa duração.

Há ainda as condições do ambiente na ISS, que não nem um pouco amigável para o corpo humano. A microgravidade causa uma série de mudanças no organismo, e a principal delas é a perda de massa óssea e muscular. Para evitar isso, o laboratório orbital tem equipamentos para os astronautas se exercitarem frequentemente.

No fim das contas, a estadia prolongada pode não ser tão confortável, mas com certeza é a opção mais segura. “A decisão de manter Butch e Suni a bordo da Estação Espacial Internacional e trazer a Starliner vazia para casa é o resultado do nosso compromisso com a segurança, nosso valor e nossa estrela do norte”, declarou Bill Nelson, administrador da NASA.