É surpreendente como alguns animais conseguem se reproduzir sozinhos, sem a necessidade de um parceiro, através de um processo conhecido como partenogênese (ou “nascimento virginal”). Esta seleta lista passa a incluir os tubarões da espécie Mustelus mustelus, também conhecida como cação-liso.

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  • “Virgem” | Crocodilo fêmea gera filhote sem macho

É o que aponta um recente estudo liderado por biólogos do Istituto Zooprofilattico Sperimentale del Piemonte, na Itália. Para chegar a essa conclusão, a equipe analisou geneticamente a prole de duas fêmeas da espécie de tubarão, criadas há 13 anos, em um aquário público na Sardenha. 

Durante esse período, elas não conviveram com machos da mesma espécie, mas conseguiram se reproduzir algumas vezes. Ao longo desse período, diferentes hipóteses foram investigadas, como a possibilidade de terem armazenado sêmen de machos (sim, elas podem fazer isso por cerca de três meses), mas a ideia foi descartada.


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“Este estudo relata o primeiro caso de partenogênese facultativa na espécie Mustelus mustelus, uma espécie classificada pela IUCN como ameaçada de extinção”, afirmam os autores, em artigo publicado na revista Scientific Reports.

Para entender, os óvulos das fêmeas se desenvolveram sem a necessidade de fertilização, ou seja, sozinhos. Nesses casos de automixis, o óvulo se combina com outra célula. Em algumas espécies, esse comportamento é uma regra, mas, para os tubarões, é uma exceção. Por isso, o nome de facultativa.

Tubarão ameaçado de extinção

Medindo cerca de 1,75 m na fase adulta e podendo viver até 25 anos, os tubarões dessa espécie (capaz de realizar a partenogênese) estão ameaçados de extinção. Na maioria das vezes, são vítimas da pesca ilegal, quando ainda são jovens.

“As estimativas sugerem que a população pode diminuir em até 50% nas próximas décadas”, afirmam os autores. Diante desse cenário, a capacidade das fêmeas se reproduzirem sozinhas pode parecer uma forma de salvação do grupo, mas não é bem assim.

Após a analisar a prole de fêmea que via sem machos em aquário na Itália, biólogos descobrem nova espécie de tubarão que realiza partenogênese (Imagem: Esposito et al, 2024/Scientific Reports)

“Embora vantajosa, a partenogênese em espécies ameaçadas pode levar à redução da diversidade genética, exacerbando os desafios enfrentados pelos tubarões em meio às pressões da pesca e longos períodos de gestação”, explicam os biólogos.

Partenogênese em tubarões

Para além da espécie Mustelus mustelus, biólogos já identificaram a ocorrência de partenogênese entre as fêmeas de tubarão-martelo (Sphyrna spp.). O comportamento também é considerado raro.

Recentemente, essa habilidade rara de reprodução dos tubarões foi explorada no filme Sob as Águas do Sena, da Netflix. Na história, uma fêmea vinda do oceano invade as águas do rio Sena, em Paris (França), antes do início das Olimpíadas. Escondido, o animal começa a se reproduzir sozinho, a partir da partenogênese, gerando centenas de “quase clones” que colocam em risco a realização dos jogos.

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