As casas de apostas esportivas no Brasil, que passaram recentemente por um processo de regulamentação, têm potencial para gerar R$ 20 bilhões em impostos em 2025, segundo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL).
Essa projeção reflete o impacto positivo da regulamentação, que estabelece regras claras para a atuação das empresas no país, promovendo maior transparência e segurança tanto para as casas de apostas esportivas quanto para os usuários.
Com a regulamentação, mais de 130 casas de apostas já podem atuar no país pelos próximos cinco anos após o pagamento da outorga de R$ 30 milhões, de acordo com lista divulgada pelo governo no dia 03 de janeiro de 2025.
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A expectativa é que, além da arrecadação de impostos, as casas de apostas movimentem diversos segmentos da economia, como publicidade, tecnologia e entretenimento. Além dos benefícios fiscais, estima-se a criação de cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos no setor.
Com esses avanços, o Brasil se consolida como um dos principais mercados globais de apostas. Além disso, a projeção de investimentos das casas de apostas no país também chega aos bilhões.
Casas de apostas devem investir R$ 2 bi no futebol brasileiro em 2025
De acordo com a ANJL, as casas de apostas esportivas devem investir R$ 2 bilhões em cotas de patrocínio e publicidade no futebol brasileiro em 2025, incluindo clubes, federações e outros veículos publicitários.
Esse movimento já vinha acontecendo há algum tempo. Em 2024, por exemplo, dos 20 clubes do Brasileirão Série A, 19 tinham algum tipo de acordo com casas de apostas. Em muitos dos casos, inclusive, as bets entraram como patrocinador máster.
Esse é o caso do Flamengo, que possui o maior patrocínio do país. A casa de apostas Pixbet paga R$ 117 milhões por ano pelo principal espaço de patrocínio do clube.
Naming rights também entram no jogo
Os naming rights, que são os direitos de nomeação de uma competição, também já contam com o envolvimento de casas de apostas. O Brasileirão, por exemplo, encerrou o contrato com o supermercado Assaí.
A CBF realizou um acordo com a casa de apostas Betano, sem revelar os valores, mas o contrato é tratado como o maior da história. Na última renovação, o contrato do patrocinador anterior foi de R$ 50 milhões.
Portanto, a competição passou a se chamar Brasileirão Betano. A CBF também fechou com a empresa para a Copa do Brasil, que passou a ser denominada Copa Betano do Brasil.
Casas de apostas também chegam ao futebol de várzea
Não é apenas no esporte profissional que as casas de apostas estão presentes. As bets, também estão patrocinando competições de várzea, o famoso futebol amador. Nesse contexto, a Bet365 patrocinou a Copa da Paz, enquanto a Esportes da Sorte atualmente patrocina a Copa Martins Neto.
Equipes tradicionais do futebol amador paulista também contam com patrocínios, como:
- Flamengo de Vila Maria, patrocinado pela Esportes da Sorte
- Jardim Veronia, pela F12 Bet
- Raça Ruim da Vila Matilde, que já contou com parceria com a Vai de Bet
Casas de apostas têm baixo impacto no endividamento familiar, diz estudo
Uma das preocupações com a regulamentação das casas de apostas está relacionado ao possível aumento da taxa de endividamento das famílias brasileiras. Porém, um estudo da LCA Consultoria Econômica mostrou que a prática não tem impacto significativo no endividamento familiar brasileiro, com base em dados entre 2022 e 2024.
Segundo o estudo, os gastos anuais das famílias brasileiras em casas de apostas esportivas representam entre 0,2% e 0,5% do consumo total. Já contabilizando os gastos líquidos anuais apenas com as apostas esportivas, essa variação corresponde a um impacto de 0,1% a 0,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Portanto, o impacto econômico não seria alto, como destacou o estudo, sem efeito significativo no endividamento familiar.
Share of Voice das casas de apostas no Brasil
Um estudo de Share of Voice (SoV) realizado entre 30 de setembro e 3 de outubro de 2024 analisou diversos aspectos sobre as casas de apostas e o público brasileiro. Entre os pontos abordados está a análise da popularidade das empresas no Google Trends. O top 3 no Brasil é composto por Betano em primeiro lugar, seguida pela Bet365 e Betnacional.
O estudo também questionou os entrevistados sobre quais casas de apostas eles conheciam e confiavam. Nesse contexto, o top 10 ficou da seguinte forma:
- Betano: 73,9%
- Bet365: 64,1%
- Pixbet: 53,7%
- Betnacional: 46,9%
- Esportes da Sorte: 46,7%
- Sportingbet: 41,5%
- Betfair: 38,0%
- Estrelabet: 37,1%
- Pokerstars: 27,8%
- Betway: 22,6%
Outro fator analisado foi sobre os atrativos que levam um apostador a escolher uma casa de apostas. Bônus e promoções lideraram o ranking com 55% das respostas, seguidos por opções de pagamentos rápidos e seguros (46%) e suporte ao cliente, também com 46%.
Mais um questionamento do relatório foi sobre os tipos de jogos que os apostadores no Brasil praticavam investindo dinheiro real. As apostas esportivas lideraram com 67%, seguida pela loteria com 64%, jogos de cassino (ao vivo e roleta) com 43% e raspadinhas com 36%.
Debate sobre legislação de casas de apostas começou em 2018
No dia 12 de dezembro de 2018, o Brasil passou a contar com a regulamentação das apostas de cota fixa online. Portanto, as casas de apostas estrangeiras passaram a operar com o público brasileiro pela internet, mas como o país não tinha as suas próprias leis, os impostos e taxas eram pagos pelos operadores nos locais de suas licenças.
Ciente das oportunidades que o país teria e com o crescimento rápido das casas de apostas no Brasil, a regulamentação passou a ser debatida e, após alguns anos, foi definida. Desde o dia 1º de janeiro de 2025, o Brasil conta com sua própria legislação para as bets.
Buscando maior segurança e transparência para todos, o Ministério da Fazenda e a Anatel têm trabalhado para bloquear sites de apostas ilegais, ou seja, empresas que não estão na lista de casas de apostas confiáveis do governo.
O bloqueio começou no dia 11 de outubro e, desde então, mais de cinco mil sites irregulares foram retirados do ar. Essa ação será contínua, pois é necessário manter a fiscalização contra empresas ilegais que surgem diariamente.
Uma das práticas é focar na conscientização dos apostadores, deixando claro que, ao jogar em casas de apostas ilegais, estão correndo riscos. Em contrapartida, as empresas legalizadas terão monitoramento e garantia de segurança para os dados dos apostadores.
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