Os chimpanzés são geneticamente adaptados à malária, de acordo com um estudo realizado por uma equipe internacional liderada por pesquisadores da Genetics Institute.
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Para estudar a adaptação genética, a equipe usou amostras fecais de 828 chimpanzés selvagens e contou com métodos laboratoriais e computacionais para analisar os exomas (a parte do genoma que codifica proteínas).
Os cientistas compararam as informações genéticas com dados sobre o ambiente local em que cada população de chimpanzés vive, para identificar variantes genéticas que se destacam por serem muito mais frequentes em certas regiões do que em outras, e que provavelmente conferem um benefício àqueles que carregam a variante genética em habitats específicos.
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Adaptação à malária
Os cientistas encontraram evidências de adaptação genética em genes relacionados a certos patógenos (micro-organismos causadores de doenças) entre os chimpanzés que vivem em florestas, onde há uma alta concentração de patógenos, com a evidência mais forte encontrada em genes ligados à malária.
Isso inclui dois genes que também são conhecidos por serem responsáveis pela adaptação e resistência à malária em humanos: GYPA e HBB.
As descobertas sugerem que a malária é provavelmente uma doença significativa para chimpanzés selvagens da floresta e que a adaptação ao parasita da malária aconteceu por meio de alterações nos mesmos genes em chimpanzés e humanos.
De acordo com os pesquisadores, “as semelhanças genéticas entre os grandes símios resultaram em doenças transmitidas dos símios para os humanos, como a malária e o HIV/AIDS. Portanto, estudar chimpanzés selvagens é extremamente útil para entender essas e outras doenças infecciosas compartilhadas em humanos, e pode ajudar a desenvolver novos tratamentos ou vacinas”.
O artigo pode ser visto na revista Science.
Malária
Basicamente, a malária é uma doença infecciosa causada por um parasito do gênero Plasmodium, que é transmitido para humanos pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos Anopheles (mosquito-prego).
De acordo com relatório do Ministério da Saúde, indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma. Porém, uma imunidade esterilizante, que confere total proteção clínica, até hoje não foi observada.
“Caso não seja tratado adequadamente, o indivíduo com malária pode ser fonte de infecção por meses ou anos, de acordo com a espécie parasitária”, diz a Pasta. Ainda hoje, estudos buscam a compreensão da origem e espalhamento da malária.
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