A China quer construir uma infraestrutura entre a Terra e a Lua, e os cientistas da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST) acabam de revelar como isso vai ser feito. Liderados por Yang Mengfei, projetista-chefe da missão Chang’e-5, os pesquisadores planejam criar uma rede composta por 30 satélites e três estações na superfície lunar, que iriam permitir comunicação em tempo real, navegação e serviços de monitoramento a usuários em todo o mundo. 

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A ideia é que o sistema permita que 20 ou mais viajantes espaciais se comuniquem simultaneamente com a Terra por meio de fotos, vídeo ou áudio. O sistema também poderia fornecer posicionamento, navegação e controle de tempo relativamente precisos durante viagens entre a Terra e nosso satélite natural. 

Para isso, a construção da infraestrutura lunar deve acontecer em três etapas. A primeira delas inclui apoio às missões lunares robóticas e tripuladas da China com a ajuda de dois satélites em órbitas elípticas ao redor da Lua, bem como uma estação de controle no nosso satélite natural.


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Sozinhos, estes itens iriam formar um sistema capaz de permitir a comunicação entre o polo sul da Lua e até 10 usuários. Na segunda fase, o sistema seria expandido para incluir 10 satélites orbitando a Terra, a Lua e regiões de estabilidade gravitacional entre nosso planeta e a Lua. Com a expansão, haveria aumento na taxa de transmissão de dados e precisão de navegação.

O sistema iria fornecer medidas de posicionamento e navegação precisas para operações na superfície lunar (Imagem: Reprodução/NASA/JPL)

Na terceira e última etapa, os 30 satélites, estações em solo lunar e instalações de comunicação seriam integrados. “O desenvolvimento da infraestrutura cislunar deve seguir considerar as necessidades para a compatibilidade internacional e colaboração para apoiar as aspirações da China como uma potência espacial, e criar novas indústrias aeroespaciais no país”, escreveram os autores.

Mengfei comentou que “o espaço cislunar se tornou uma nova fronteira para as atividades humanas”, o que destaca a importância da proposta. Em sua fala, ele se referiu ao espaço entre a Terra e a Lua, que é influenciado por ambas. Ali, estão satélites que orbitam a Terra, o espaço ocupado pela órbita lunar e aquele que fica entre ambos.

Assim, não é surpresa dizer que o espaço cislunar vem se tornando cada vez mais relevante — a Força Aérea dos Estados Unidos, por exemplo, está trabalhando e um stélite que pode detectar, monitorar e identificar objetos artificiais a até 437 mil quilômetros, uma distância lunar. Além disso, agências espaciais dos Estados Unidos, Europa e Japão também têm planos para criar uma infraestrutura do tipo, que apoie a exploração científica.

“Embora existam planos nos EUA, na Europa e no Japão, nenhum deles foi implementado ainda. A China tem uma oportunidade única de garantir participação substancial no emergente setor espacial cislunar”, escreveram os autores.

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