Pesquisas indicam que muitos planetas potencialmente habitáveis não têm um ciclo de dia e noite, levantando a questão: os alienígenas dormem? Como o ciclo cicardiano dos seres se desenvolve? A resposta pode estar em ambientes sem luz de nosso próprio mundo, onde algumas espécies vivem ser ver a luz do Sol. 

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Cerca de 70% das estrelas são anãs vermelhas (anãs M), e uma pesquisa de 2013 estimou que 41% delas têm planetas em sua zona habitável, isto é, onde a temperatura permite a presença de água líquida.

Isso significa que há aproximadamente 28,7 bilhões de planetas potencialmente habitáveis apenas em anãs M, sem contar outros tipos de estrelas. Os planetas rochosos na zona habitável de estrelas anãs vermelhas são chamados de Terras M.


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Devido à gravidade forte dessas estrelas, a maioria desses mundos provavelmente é travada por maré: um hemisfério é sempre voltado para a estrela e o outro é permanentemente afastado. Eles são apelidados de “planetas globo oculares”.

A zona habitável de uma estrela anã vermelha, localizada entre a região mais quente e a congelada (Imagem: Daniele Cavalcante)

Consequentemente, em um dos lados desses planetas sempre será dia, enquanto o outro permanece mergulhado em uma noite eterna. Alguns cientistas estão estudando esses planetas para saber como seria a vida nesse tipo de ambiente.

A maioria dos planetas potencialmente habitáveis, como Proxima Centauri b, provavelmente é uma Terra M e apresenta maré travada. Se houver vida nesses mundos, esses alienígenas não experimentam dias, noites ou estações do ano.

Essa característica seria crucial para os ritmos circadianos da vida, que na Terra estão sintonizados com o ciclo dia-noite. Isso afeta não apenas o sono, mas a bioquímica, a temperatura corporal, a regeneração celular, o comportamento e muito mais.

Contudo, há outros fatores além do ciclo dia-noite que podem ajudar a regular o ritmo circadiano dos organismos. Em nosso próprio planeta, há espécies que nunca têm contato com a luz solar e regulam seus biorritmos por meio de mudanças de temperatura, por exemplo.

Ilustração de um planeta com maré travada, onde um dos lados é sempre dia (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech)

Em Terras M, pode ocorrer algo semelhante. Pesquisas já indicaram que esses mundos podem ter ciclos sazonais, pois o contraste entre os lados diurno e noturno pode gerar jatos de vento e ondas atmosféricas, semelhantes às correntes observadas na Terra.

Se o mundo for aquático, o lado diurno provavelmente formará nuvens densas carregadas de raios, provocando mudanças climáticas regulares e estabelecendo algo semelhante às nossas estações do ano.

Pesquisas como essa sugerem que planetas com marés travadas também podem abrigar vida — a evolução pode encontrar um “jeitinho” de provocar a adaptação das espécies em sistemas completamente diferentes do terrestre.

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