Donald Trump, empossado como presidente dos Estados Unidos nesta semana, já tomou algumas medidas polêmicas em seu retorno à Casa Branca, inclusive em relação aos carros elétricos. Contrário aos veículos movidos a bateria, Trump afirmou que derrubou a meta de venda de carros elétricos nos Estados Unidos.

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No governo de Joe Biden, foi estabelecido que 50% das vendas de carros teriam que ser de elétricos em 2030. Entretanto, Trump fez questão de derrubar essa meta, além de tomar algumas outras decisões contrárias aos veículos a bateria. Um exemplo é o fato dele ter pedido para que a rede de carregadores de veículos elétricos fosse paralisada.

Desde 2021, Biden tinha criado um projeto de rede nacional de carregadores para carros elétricos. O objetivo era construir 500 mil pontos de carregamento até 2030, com um investimento de US$ 7,5 bilhões. Mas agora Trump interrompeu completamente a construção da rede.


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Há ainda outras medidas que podem ser derrubadas por Trump, como o crédito de US$ 7.500 que era dado como subsídio para quem comprasse carros elétricos. O presidente estadunidense pretende eliminar as isenções estaduais de emissões, além de prometer que vai revisar os subsídios e contratos sobre eletrificação.

Novo Tesla Model Y 2025
Novo Tesla Model Y 2025 (Divulgação/Tesla)
Novo Tesla Model Y 2025
Novo Tesla Model Y 2025 (Divulgação/Tesla)
Novo Tesla Model Y 2025
Novo Tesla Model Y 2025 (Divulgação/Tesla)
Novo Tesla Model Y 2025
Novo Tesla Model Y 2025 (Divulgação/Tesla)
Novo Tesla Model Y 2025
Novo Tesla Model Y 2025 (Divulgação/Tesla)
Novo Tesla Model Y 2025
Novo Tesla Model Y 2025 (Divulgação/Tesla)

Impactos das decisões de Trump sobre carros elétricos

Como mercado estadunidense ainda é um dos principais do mundo, embora tenha perdido o primeiro lugar para a China, as decisões de Donald Trump podem impactar todo o mercado global de elétricos. Para entender melhor como as decisões do presidente dos EUA podem influenciar o mercado, o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, Ricardo Bastos, falou com exclusividade ao CT Auto.

Por mais que as medidas de Trump sejam importantes, elas não chegam a surpreender. “As primeiras medidas anunciadas pelo presidente Trump já eram de certa forma esperadas desde a sua eleição. Portanto, não houve grandes surpresas para o mercado global de veículos eletrificados. Obviamente que tem um impacto se houver realmente um fechamento do mercado americano, mas precisamos ainda entender como isso vai acontecer”, afirmou Bastos.

BYD Dolphin Mini é o carro elétrico mais vendido do Brasil (Imagem: Divulgação/BYD)

Para o fundador da Bright Consulting, Cassio Pagliarini, acredita que o interesse por carros elétricos deve diminuir nos Estados Unidos. “Veja bem, existe a Tesla por lá e que é uma marca já consolidada. Entretanto, com as medidas do Trump, o mercado de carros elétricos vai continuar existindo nos EUA, mas vai diminuir a velocidade de crescimento”, afirma Cassio.

Brasil em alta

Se o cenário é nebuloso nos Estados Unidos, o mesmo não pode ser dito para o Brasil. Bastos vê com otimismo a posição atual do mercado brasileiro. “Por outro lado, isso também oferece uma oportunidade muito grande para o Brasil, de receber ainda mais investimentos vindos da China, que é o grande oponente da gestão Trump”, disse o presidente da ABVE.

“Então, quando analisamos globalmente, esse fechamento tem um impacto muito grande, porque o mercado americano é muito importante. Já do ponto de vista do Brasil, podemos ter também um impacto negativo nesse fechamento, claro, mas por outro lado o Brasil hoje já está sendo um grande polo de atração de investimentos chineses”, complementou Bastos.

Enquanto os EUA perdem terreno, a China vê novas marcas produzirem carros elétricos, como a Xiaomi com o SU7 (Imagem: Divulgação/Xiaomi)

E a expectativa é de que, ao menos no Brasil, os investimentos sigam em alta. “A nossa expectativa é que esses investimentos possam até aumentar quando a gente olha o horizonte de longo prazo, pois a tendência é que eletrificação vai continuar crescendo e se expandindo no mundo todo e mais ainda no Brasil, com a velocidade que a gente viu em 2024, quando o mercado local de eletrificados cresceu 89%”, concluiu Bastos.

EUA isolado?

Como dito por Ricardo Bastos, há uma tendência de crescimento dos carros elétricos em diversos mercados emergentes, como Brasil e China. E por mais que as vendas dos EVs tenham sofrido uma queda na Europa, o velho continente segue irredutível sobre a proibição de carros a combustão, que será em 2035. Sendo assim, em 10 anos não será mais permitida a venda de carros a gasolina e diesel na Europa. Dessa forma, as marcas que atuam por lá vão continuar desenvolvendo seus modelos elétricos.

Ford Mustang Mach-E é um exemplo de que marcas americanas sabem fabricar carros elétricos (Imagem: Felipe Ribeiro/)

Portanto, as medidas de Trump podem deixar os Estados Unidos isolados no mundo automotivo e atrasados em relação ao desenvolvimento tecnológico. E com a China se tornando o principal mercado do planeta, é natural que a atenção das montadoras se voltem cada vez mais ao mercado chinês, o que pode fazer com que os EUA caiam ainda mais no ostracismo.

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