Para algumas culturas, sabedoria e proteção; para outras, agouro de morte e mau sinal. As corujas, por sua aparência levemente humanizada e seu canto diferenciado, estão presentes nas lendas de diversas culturas mundiais, já que estão em todos os continentes, exceto na Antártida.
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Essas aves noturnas são animais bastante curiosos, com adaptações especiais à caça, incluindo sentidos aguçados, voo silencioso e um pescoço extremamente flexível. Vamos saber mais sobre a ordem das Strigiformes — mais conhecidas como corujas?
Os olhos das caçadoras noturnas
Apesar da aparência considerada “fofa”, as corujas são aves predadoras — caçadoras habilidosas que, salvo raras exceções, atuam sempre à noite. Elas ocupam o topo de sua cadeia alimentar, sendo raramente caçadas por outros animais. Algumas exceções são gaviões e alguns mamíferos carnívoros, bem como corujas maiores, no caso das pequenas.
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Para conseguirem caçar tão bem, essas aves possuem adaptações corporais muito interessantes. As principais, talvez, estão nos olhos: eles têm uma posição frontal, lembrando muito os olhos humanos, mas com uma diferença crucial — eles são fixos, ou seja, estão “travados” olhando para a frente. Eles são tubulares e tão grandes que, na maioria das corujas, saem para fora das órbitas.
Para compensar a falta de movimento nos olhos, as corujas possuem um pescoço extremamente flexível, capaz de virar em até 270º. Isso é garantido pela presença de 14 vértebras cervicais, contra apenas sete nos humanos.
Durante o voo, elas movimentam o corpo e deixam a cabeça estática, focada na presa que estão caçando. O sistema circulatório é adaptado para não interromper o fluxo sanguíneo ao cérebro em meio à rotação do pescoço.
Além disso, os olhos das corujas são mais sensíveis e precisos do que os nossos, tendo uma estrutura chamada “tapetum lucidium”, por exemplo, que ajuda a enxergar melhor à noite. Embora não consigam ver em total escuridão, o grande número de bastonetes garante uma visão noturna excelente, mas pouco eficaz na percepção de cores: muitas vêem apenas monocromaticamente.

Sua pupila é grande e consegue criar imagens entre 2 a 7 vezes mais claras do que a dos seres humanos. Três pálpebras diferentes protegem os olhos das corujas: a primeira é responsável por fechá-los para dormir, a segunda é usada para piscar e a terceira para limpar a superfície ocular.
Audição acurada
Os ouvidos das corujas também são um espetáculo à parte. Muitas delas possuem uma assimetria bilateral, ou seja, os ouvidos ficam em alturas diferentes da cabeça: isso faz com que o som chegue em tempo, intensidade e qualidade espectral diferentes, ajudando a identificar a posição horizontal e elevação da presa. As penas que rodeiam os ouvidos também refletem e coletam o som.
Falando em penas, sua maciez também ajuda no voo, deixando essas aves extremamente silenciosas. A parte frontal das asas inclui uma franja rígida semelhante a um pente que direciona o ar de forma a fazer menos barulho. Na parte de trás, uma franja macia parecida com cabelo reduz a turbulência do fluxo de ar que já passou pelas asas, reduzindo ainda mais o ruído.

As corujas comem roedores, insetos, peixes, cobras, aracnídeos, morcegos e aves menores, sendo importantes para o controle de pragas como ratos e ratazanas em ambientes habitados por humanos. Suas características noturnas, seu silêncio e o pio diferenciado geraram diversas superstições ao longo da história.
Lendas e superstições
Na Grécia Antiga, esses pássaros eram considerados símbolos de sabedoria, protegendo os soldados na guerra e simbolizando a vitória. Na Idade Média europeia, no entanto, eram tratados como bruxas disfarçadas e mau agouro, até mesmo um sinal de morte. Nas culturas africanas, havia ligação entre as corujas e a magia, bem como as doenças.
No Brasil, os índios muras contam lendas do surgimento das corujas, que seriam representantes da alma penada de um cacique inimigo morto em batalha: por isso, quando uma delas é ouvida, todas as atividades humanas são interrompidas até seu silêncio.

Como a maioria dos animais, elas estão em risco de perda de habitat graças às atividades humanas, com algumas espécies ameaçadas de extinção. No mundo todo, são conhecidas 218 espécies de coruja, com 24 sendo registradas no Brasil. Seu tamanho varia bastante: a maior delas, a coruja-pescadora-de-Blakiston, fica entre 60 e 72 cm, enquanto a menor, caburé, tem apenas 16,5 cm.
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