Astrônomos encontraram um exoplaneta que, além de ter uma das órbitas mais estranhas já vistas, está se transformando em um mundo do tipo Júpiter quente. A descoberta foi feita por pesquisadores liderados por Arvind Gupta, pesquisador do NOIRLab, e pode ajudar os cientistas a entender melhor as origens desta classe inusitada de planetas.

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O mundo em questão foi chamado de TIC 241249530 b e fica a 998 anos-luz da Terra. Ele foi observado primeiro pelo telescópio TESS, da NASA, e orbita sua estrela a uma distância equivalente a 12% daquela entre a Terra e o Sol, o que faz com que os anos por lá durem apenas 15,2 dias terrestres. É aqui que as coisas começam a ficar curiosas. 

A maioria dos planetas tem órbitas elípticas, ou seja, ovais. No caso, a órbita de TIC 241249530 b é uma das mais alongadas já vistas, e para completar, ele orbita a estrela em movimento retrógrado, o que significa que se move em sentido oposto ao da rotação dela. Esta é uma característica incomum em exoplanetas, e no nosso Sistema Solar, ocorre apenas em Vênus e Urano.


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Além disso, os planetas do tipo Júpiter quente (planetas parecidos com Júpiter e que orbitam suas estrelas bem próximos delas) costumam ter anos com, no máximo, 10 dias de duração. Portanto, TIC 241249530 b não é um Júpiter quente — ainda.

Representação da órbita do exoplaneta TIC 241249530 b em comparação com as da Terra e de Mercúrio (Imagem: Reprodução/NOIRLab/NSF/AURA/R. Proctor)

Os cientistas acreditam que os Júpiteres quentes são planetas que se formaram longe das suas estrelas, mas acabaram migrando até elas. Ainda não se sabe exatamente como a migração acontece, até porque o processo foi pouco observado.

É aqui que entra TIC 241249530 b, que pode ser um Júpiter quente jovem. “Os astrônomos procuram há mais de duas décadas exoplanetas que são prováveis precursores dos Júpiteres quentes, ou que são intermediários do processo de migração, então fiquei muito surpreso — e animado — de encontrar um”, comemorou Arvind Gupta, pesquisador do NOIRLab. “É exatamente o que eu esperava encontrar”. 

Para a equipe, a órbita bastante excêntrica do exoplaneta vai levá-lo para mais perto da estrela até se tornar mais circular devido às marés gravitacionais. Conforme isso acontece, a órbita do planeta vai encolher, levando TIC 241249530 b para mais perto do astro e tornando seus dias ainda mais curtos. 

Nesta etapa, os anos por lá vão durar menos de 10 dias terrestres, mostrando que a transformação do planeta em Júpiter quente acabou. “Embora não possamos exatamente apertar o botão de retroceder e assistir ao processo de migração planetária em tempo real, esse exoplaneta serve como uma espécie de instantâneo do processo de migração”, finalizou Gupta. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature

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