Com as mudanças climáticas, as temperaturas do planeta estão ficando cada vez mais quentes. Nos próximos 50 anos, algumas áreas poderão ficar inabitáveis, se nada for feito, segundo estudo desenvolvido por pesquisadores da NASA. Este é o futuro de algumas regiões no sul da Ásia e do Golfo Pérsico. O Brasil também pode ser afetado.

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Publicado na revista Science Advances, em 2020, o estudo que prevê quais áreas do planeta ficarão inabitáveis em 2070 foi liderado por Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. 

Com financiamento da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), a pesquisa foi baseada no uso de imagens de satélite e de projeções da temperatura de bulbo úmido.


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O interessante é que a pesquisa sobre partes do Brasil se tornarem inabitáveis não se baseia na temperatura “normal”, aquela vista em um termômetro de rua, mas na questão da temperatura de bulbo úmido. Aqui, o cálculo é mais complexo.

O que é temperatura do bulbo úmido?

Para entender, a temperatura do bulbo úmido é a temperatura de uma superfície úmida quando a água evapora. Como essa variável combina os efeitos da temperatura do ar e da umidade relativa, é bastante útil para avaliar o nível de conforto térmico e o risco de calor extremo, que é uma condição potencialmente fatal para os humanos.

Quando o dia alcança a temperatura “normal” de 35 °C, ele é considerado quente, mas dificilmente será fatal, ainda mais quando se considera medidas importantes de proteção, como manter o corpo hidratado. 

Agora, quando a temperatura do bulbo úmido chega a 35 °C, isso é muito grave e há risco de morte, segundo os autores do estudo sobre as áreas do planeta inabitáveis. Isso porque é o equivalente a 45 °C, com 50% de nível de umidade, e sensação térmica superior a 70 °C.

Previsão para os próximos 50 anos

“A capacidade dos humanos de dissipar calor de forma eficiente nos permitiu percorrer todos os continentes, mas uma temperatura de bulbo úmido (TW) de 35 °C marca nosso limite fisiológico”, afirmam os pesquisadores sobre os riscos deste tipo de aquecimento.

Os modelos climáticos projetam que essa temperatura extrema de bulbo úmido se tornará mais comum. Isso afetará a ocupação do planeta e, possivelmente, poderá causar migrações por causa do clima. Entretanto, a previsão só deve se confirmar, caso as temperaturas médias subam cerca de 2,5 °C em relação aos níveis pré-industriais.

A seguir, veja o registro histórico da temperatura do bulbo úmido no planeta:

Por causa da temperatura do bulbo úmido, estudo da NASA prevê que regiões do mundo se tornarão inabitáveis nos próximos 50 anos (Imagem:NOAA)

Temperatura limite para os humanos

“Quando as temperaturas de bulbo úmido são extremamente altas, há tanta umidade no ar que o suor se torna ineficaz na remoção do excesso de calor do corpo, como o que acontece em uma sauna”, detalha Raymond, em comunicado.

Para o pesquisador da NASA, ficar mais de seis horas sob os efeitos diretos de uma temperatura do bulbo úmido de 35 °C pode ser fatal. “Isso levará à falência de órgãos e à morte na ausência de acesso ao resfriamento artificial”, alerta.

Áreas da Terra inabitáveis no futuro

De acordo com o estudo, as áreas mais afetadas pela elevação da temperatura do bulbo úmido serão as mais próximas da linha do Equador, onde a incidência de luz solar e de calor já é naturalmente maior.

Em 2050, daqui a menos de 30 anos, o sul da Ásia, o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho já serão afetados, com áreas sendo classificadas como possivelmente inabitáveis. Em 2070, a situação piorará, englobando o leste da China, partes do sudeste da Ásia e o Brasil. 

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