O asteroide que levou os dinossauros à extinção há 66 milhões de anos parece ter vindo de mais longe que Júpiter, ou seja, do Sistema Solar externo. É o que mostra um novo estudo liderado por Mario Fischer-Gödde, cientista da Universidade de Colônia, na Alemanha, publicado nesta quinta (15). Os resultados revelam com precisão a origem da rocha espacial, e podem ajudar no desenvolvimento de tecnologias para prever novos impactos em nosso planeta. 

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Os cientistas suspeitam que o asteroide em questão tinha de 10 a 15 km de diâmetro, e a colisão foi tão devastadora que rochas do interior da crosta terrestre foram lançadas ao ar, chegando a 25 km de altitude. Hoje, o objeto é chamado de “impactador Chicxulub” — o nome é uma referência à cratera próxima da comunidade de Chicxulub na península de Yucatán, no México, a cicatriz do impacto. 

Já era consenso entre a comunidade científica que o impactador veio de algum lugar no Sistema Solar. Mesmo assim, sua origem exata permaneceu misteriosa devido à falta de evidências químicas que não tivessem sido contaminadas pelos materiais da Terra. Para o estudo, Fischer-Gödde e seus colegas analisaram amostras de sedimentos da cratera, bem como de outras estruturas de impacto na África do Sul, Rússia e Canadá.


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Eles também trabalharam com alguns meteoritos do tipo condrito carbonáceo, conhecidos por dominar a parte externa do Cinturão de Asteroides. Foi assim que descobriram que todas as amostras tinham níveis de rutênio diferentes daqueles na Terra. O elemento é encontrado em meteoritos, mas é incomum em nosso planeta. Além disso, corpos planetários têm proporções de isótopos de rutênio que variam de acordo com o local em que se formaram no Sistema Solar.

A cratera Chicxulub fica na península de Yucatán (Imagem: Reprodução/Tim Peake/Nasa/ES

Por isso, o elemento é como uma “impressão digital” das rochas espaciais; ao analisar as proporções dos isótopos de rutênio, os pesquisadores podem descobrir onde o objeto se formou. Os vestígios das regiões de impacto na Europa revelaram composição semelhante àquela dos objetos no Cinturão de Asteroides, ou seja, o impactador estava no Sistema Solar externo antes de atingir a Terra. 

Ele deve ter colidido com outras rochas ou sofreu influências gravitacionais dos planetas gigantes em nosso Sistema, que acabaram disparando-o em direção ao nosso planeta. “Este artigo apresenta um conjunto fantástico de análises de isótopos”, comentou David Kring, cientista do Instituto Lunar e Planetário do Texas que não estava envolvido com o estudo. “Você precisa entender as origens de objetos assim se quiser avaliar adequadamente perigos futuros”, acrescentou. 

Não pense que o trabalho acabou. Com o resultado em mãos, pesquisadores podem investigar em estudos futuros como diferentes composições podem alterar os efeitos de um objeto de impacto no ambiente global e em ecossistemas. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science.

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