Por mais estranho que possa parecer, vestígios de drogas ilícitas podem compor a estrutura dos fios de cabelo (ou pelos) e são identificáveis através dos exames toxicológicos. Isso vale para o uso de cannabis, cocaína, anfetaminas, opiáceos e opioides, por exemplo. 

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Nos laboratórios, existem diferentes tipos de exames toxicológicos, como o de saliva ou de urina, mas ambos captam apenas o uso recente dessas substâncias. Agora, quando o teste analisa a presença de alguma droga no fio de cabelo, é possível detectar se a pessoa injetou, engoliu ou usou de alguma forma drogas num período de até um ano, como se fosse uma verdadeira “caixa-preta” do histórico de um indivíduo.

Por causa disso, o exame toxicológico de larga janela de detecção é normalmente solicitado em caso de renovação de algumas categorias da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além da posse de concursos públicos. 


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Exame toxicológico no cabelo

“As drogas vão parar no fio de cabelo depois que circulam pelo sangue”, conta Alvaro Pulchinelli, diretor Técnico na Toxicologia Forense e médico toxicologista do Grupo Fleury, para o .

Quando uma pessoa fuma maconha, a substância é absorvida pelo pulmão e se dissolve na corrente sanguínea. No sangue, ela se dissemina por diferentes órgãos e tecidos. Ao chegar no sistema nervoso central, causa o seu efeito psicoativo, mas não se limita a isso.

Os canabinoides também atingem outros lugares, como o bulbo capilar, que é a estrutura responsável por fazer o fio de cabelo nascer. Então, o fio incorpora essa substância, enquanto se desenvolve. De outra forma, a droga é incorporada à proteína do fio de cabelo.

Outro caminho é a chegada através das glândulas sebáceas, que estão junto do bulbo capilar. Nos dois casos, o cabelo será uma prova legal desse consumo.

Tamanho da dose interfere no resultado?

Para uma droga ser descoberta em um fio de cabelo, não é possível indicar uma quantidade exata. “A gente sabe que quanto maior for o uso, maior a chance de o exame ter um resultado positivo, mas não dá para dizer, com precisão, que um uso pequeno, médio ou grande vá dar um teste negativo”, pontua Pulchinelli.

Através da análise das proteínas no fio de cabelo, é possível descobrir o uso de drogas feito há meses (Imagem: Reprodução/Grupo Fleury)

Inclusive, um único uso pode implicar no resultado positivo de um exame toxicológico. Então, “temos que evitar a todo custo o contato com a substância”, pontua. 

Rastreamento de alimentos

Se os narcóticos podem ser identificados pela análise das proteínas e estruturas de um fio de cabelo, outras substâncias poderiam ser investigadas, como o consumo de determinados alimentos? Para Pulchinelli, a resposta, teoricamente, é sim.

“Hábitos alimentares poderiam, em tese, até alterar o cabelo, mas não há exames específicos que atuam nesse sentido, ou seja, que procuram substâncias decorrentes da alimentação ou outras substâncias que causam intoxicação, além dessas que estamos acostumados a pesquisar no exame toxicológico”, detalha o especialista.

Tamanho da amostra de cabelo

Para fazer a checagem do uso de drogas, são necessários cerca de 10 miligramas de cabelo. Isso equivale a uma quantidade de 50 a 100 fios, cortados rente à raiz, com a espessura de uma caneta comum.

Quando a pessoa tem alopecia ou é careca, o mesmo exame pode ser realizado a partir da coleta de pelos corporais. Nesses casos, são necessários 10 miligramas de amostra, também.

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