Nesta quinta-feira (22), o IBGE começa a divulgar as primeiras projeções sobre a população brasileira para os próximos anos, com base nos dados coletados durante o Censo Demográfico 2022. A boa notícia é que a expectativa de vida (ou esperança de vida), após a pandemia da covid-19, voltou a subir. É estimada em 76,4 anos. Em paralelo, já foi traçado o ano limite do aumento da população em geral, que é 2041. A partir daí, o número de brasileiros começará a cair gradualmente.
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A população brasileira deve chegar ao pico de 220,4 milhões de habitantes daqui a 17 anos, em 2041. Como adiantamos, o ápice populacional será seguido por um declínio. Em 2070, daqui a 46 anos, serão 199,2 milhões de pessoas morando no Brasil.
A redução populacional irá afetar os estados brasileiros de forma desigual, segundo as previsões do IBGE. Rio Grande do Sul e Alagoas serão os primeiros a serem impactados, ainda em 2027.
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Enquanto isso, Santa Catarina e Roraima devem apresentar o declínio apenas em 2064. Já Mato Grosso deve ser o último estado a fazer essa inflexão, após 2070, contrariando (e muito) a média nacional.
Considerando os dados globais, a humanidade já ultrapassou a marca dos 8 bilhões de indivíduos em 2022. Apesar do recorde, o número de habitantes do planeta também deve começar a cair até o final do século XXI, como aponta o estudo Perspectivas para a População Mundial 2024.
Expectativa de vida dos brasileiros sobe
Hoje, a expectativa de vida brasileira é de 76,4 anos, o que indica um avanço de pelo menos 5 anos quando se analisa os dados do ano 2000 (de 71,1 anos). No valor atual, há ainda uma diferença entre os sexos: homens vivem em média 73,1 anos e as mulheres chegam aos 79,7 anos.
“Temos observado o aumento desse indicador há algum tempo, com ganhos de anos de vida em todas as idades, principalmente devido aos avanços da medicina”, comenta Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, em nota.
Vale destacar que, em 2019, a expectativa geral era de 76,2 anos, mas caiu para 72,8 anos em 2021, com a sociedade altamente impactada pela covid-19 e sem vacinas. Para os próximos anos, o movimento segue de crescimento. Em 2070, a esperança de vida deve ser de 83,9 anos, sendo 81,7 anos para homens e 86,1 anos para mulheres.
Com os idosos vivendo cada vez mais, a proporção deles na sociedade brasileira também se modificou. No ano 2000, as pessoas com 60 anos ou mais representavam 8,7% da população. Hoje, são 15,6%. Em 2070, deverão ser 37,8%, o que alerta para a importância de novas políticas públicas e para o planejamento da aposentadoria.
Redução na taxa de fecundidade
Acompanhando as mudanças na sociedade, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher do ano 2000 para 2023. Em 2040, a previsão é que o indicador alcance o seu ponto mais baixo, sendo de 1,44. Este movimento é global.
“Vários fatores contribuíram para isso [desde os anos 1960], como a urbanização, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade feminina, além da popularização da pílula anticoncepcional. Com isso, as taxas de fecundidade recuaram gradativamente de uma média de mais de 6 filhos por mulher para os patamares atuais”, lembra Marri. Outro fator mais recente é o adiamento da maternidade, quando as mulheres optam por ter filhos mais tarde.
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