Olha, inicialmente, na teoria, a atual fase da revista The Incredible Hulk parecia promissora, com uma “sequência espiritual” da aclamada saga Hulk Imortal, que agregou o horror cósmico às raízes assustadoras do monstrão verde. No começo, até que as coisas trilhavam em um caminho interessante, contudo, quase dois anos depois, o enredo simplesmente descaracterizou completamente Bruce Banner, e, agora, brota do nada um poder ridículo sobrenatural.
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Atenção para spoilers de The Incredible Hulk #22!
Como essa raiva não quero passar sozinho, temos que lembrar como Bruce Banner é importante para o Hulk e o Universo Marvel. Nas histórias mais interessantes do personagem, vemos que o cientista brilhante é que carrega o lado mais sombrio e furioso do Gigante Esmeralda. Enquanto a criatura só quer ficar em paz, o gênio é bastante temperamental e seu sarcasmo pode atingir níveis cruéis.
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Ainda assim, ele é uma das mentes mais brilhantes da Marvel e o maior especialista em Radiação Gama, além de ser um excelente inventor e um biomédico de conhecimento superior. Isso tudo contrasta com sua frágil autoconfiança e as crises de pânico e paranóia que desenvolveu ao escalar sua ansiedade esperando que o monstro tome controle de seu corpo a qualquer momento.
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A relação entre Banner e seu alter-ego sempre foi complicada, contudo, nos últimos tempos embolorou ainda mais, e, com certa pobreza de criatividade, a Marvel acredita no que o escritor Phillip Kennedy Johnson vem aprontando com o personagem. O autor simplesmente vandalizou toda a riqueza do personagem até chegar à caracterização de andarilho sujismundo vagabundo que agora faz fuxico sobrenatural.
Em um breve resumo, a atual fase mostra uma jornada lenta e tórrida em locações lamacentas de Nova Orleans, com “monstros da semana” poderosíssimos que ninguém nunca tinha ouvido falar e até alteraram radicalmente a origem do Hulk.
Some isso a uma arte que é bela, mas sofre para criar um design de personagem que não se resuma a um boneco sem muitos recursos dramáticos — aliás, esse visual cabelinho de surfista do Hulk é um dos mais sofríveis que já vi na vida.
No ano que passou, o Hulk aprisonou Banner em sua mente, em uma espécie de “universo de bolso” que parece uma pintura de Salvador Dali feito com giz de cera chamado Hulkscape. O cientista então passou a parecer um mendigo de boné de vereador que atualmente nem deve usar mais cueca e nunca lavou uma calça jeans podre rasgada. O cientista não pesquisa nada faz anos, não beija na boca desde que a Sandy e o Júnior ainda queriam pular e ninguém nem se lembra da existência dele no churrasco dos Vingadores.
Para completar, os personagens de apoio dessa fase são completamente desprovidos de carisma e tem hora ali que ninguém nem sabe mais para onde está indo ou o que quer fazer, exatamente como na edição mais recente que inventou do nada um poder sobrenatural para Banner.
O degradê moral de Banner tem mais camadas valeta do que pensávamos
Em The Incredible Hulk #22, nada incrível e lançada recentemente, não há mais personagens humanos que nos lembrem quem realmente o Hulk está salvando. Um vilão bocejante chamado Ancião vem preguiçosamente enchendo o saco faz mais de dez edições.
Charlie, a menina fã do Gigante Esmeralda que parecia promissora por conta da violência doméstica que sofreu, agora também é arremessada na trama com diálogos cada vez mais esquecíveis. A menina, que pelo menos ainda tinha um aspecto humano relacionável, agora virou mais um bicho com design de brinquedo falsificado ao roubar o item místico chamado Pele de Deus. Esse treco veio da pele da Lycana, a mãe dos skinwalkers.
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Com ela, Charlie tem o poder de se transformar em uma criatura alada, parecida com um lobo, semelhante a como Bruce Banner pode se transformar no Hulk. E como se as ideias ainda não tivessem forçado a amizade o suficiente, Banner dá um jeito de escapar do inferno mental Hulkspace ao tirar do traseiro a habilidade de projetar sua essência nas mentes de outros monstros na Terra.
Sério, é isso mesmo que você está lendo, Banner sem banho com calça rasgada e sem escovar os dentes há quase dois anos agora tem as manhas de aparecer tipo um fantasminha, um espírito desencarnado que gosta de fazer fuxico com a Charlie pelos cantos das árvores ou em rios fedorentos.
Até poderia detalhar mais algo que nem tem consistência suficiente para ser explicado, mas acho que chega né. Já tem criança chorando pedindo para o Banner usar roupa limpa e o Hulk voltar a arregaçar prédios como herói questionável dos Vingadores.
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