Apesar dos fungos ameaçarem os seres humanos com várias doenças, apenas uma minúscula parte desse reino consegue infectar humanos — cerca de 20 espécies entre as milhões existentes. Além do sistema imune conseguir repelir grande parte das ameaças, temos outro aliado nessa luta: o calor. A maioria dos fungos não sobrevive à temperatura média do corpo, 37 ºC.

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  • Aquecimento global poderá tornar os fungos mais perigosos para o ser humano

Uma pesquisa realizada por diversas instituições chinesas e publicada na revista científica Nature Microbiology, no entanto, notou que vários desses patógenos estão evoluindo para suportar o calor, e, consequentemente, ficando capazes de infectar nosso corpo. É possível que isso seja resultado das mudanças climáticas, que aumentam a temperatura do planeta e forçam a seleção natural das espécies.

A evolução dos fungos

Para chegar às conclusões preocupantes sobre os fungos, cientistas estudaram infecções por membros desse reino em 98 hospitais durante dez anos, entre 2009 e 2019. Foram encontrados dois pacientes infectados por fungos até então inéditos no corpo humano. Um caso semelhante ocorreu quando a Candida auris começou a infectar nosso organismo, algo impossível há algumas décadas.


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A Candida auris é um dos casos mais famosos de fungo que evoluiu e passou a ser capaz de nos infectar — e há mais deles fazendo isso com as mudanças climáticas (Imagem: Stephanie Rossow/CDC)
A Candida auris é um dos casos mais famosos de fungo que evoluiu e passou a ser capaz de nos infectar — e há mais deles fazendo isso com as mudanças climáticas (Imagem: Stephanie Rossow/CDC)

Isolando as espécies em laboratório — mais especificamente, os fungos Rhodosporidiobolus fluvialis e R. nylandii —, notou-se que elas conseguiram infectar camundongos (mamíferos, assim como nós) com o sistema imunológico enfraquecido, o que pode acontecer com pacientes humanos com comorbidades.

Em testes, a taxa de mutações das colônias fúngicas aumentou aos 37 ºC em comparação com 25 ºC. Com isso, os fungos ainda ficaram mais resistentes a medicamentos antifúngicos.

Há algum tempo especialistas afirmam que subestimamos o poder dos fungos — no estudo, também afirma-se que o aquecimento global tem levado inúmeros desses patógenos a ficarem resistentes a medicamentos e se tornarem virulentos, ou seja, capazes de causar doenças em humanos. Uma das dificuldades de combater os fungos vem do fato de que eles são seres eucariontes, assim como nós.

Qualquer remédio que os combata pode gerar efeitos colaterais em nosso organismo, gerando a necessidade de medicamentos para esses efeitos ou de empregar outros métodos para que fiquem seguros para nós, o que pode levar muito tempo. Estudos como esse ajudam na compreensão dos fungos, e podem auxiliar na luta contra as doenças que causam e causarão no futuro.

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