A Intel anunciou nesta quinta-feira (10) os novos processadores da família Core Ultra 200S para desktops. Também conhecidos como Arrow Lake-S, os componentes foram apresentados com grande foco em eficiência energética, um tom bastante diferente do que o Time Azul costuma adotar para seus produtos.

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Em média, as novas CPUs reduzem o consumo de energia em cerca de 40% e a temperatura de operação em 13°C em comparação aos Raptor Lake Refresh. Durante gameplays, a economia energética é ainda maior: redução de 50% na comparação com os processadores da geração passada.

Apesar dessas métricas reduzidas, a Intel fez questão de ressaltar que o desempenho não foi afetado e os Core Ultra 200S entregam os mesmos resultados em games que os Intel Core de 14ª geração.


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Performance dos Intel Core Ultra 200S

Ao longo de toda a apresentação à imprensa, a Intel reforçou a todo momento a capacidade dos Core Ultra 200S em manter o mesmo nível de performance gastando muito menos energia. Muito mais ameno e passivo, o discurso tentou encobrir o salto tímido de rendimento bruto das CPUs.

Desempenho do Core Ultra 9 285K em jogos é similar ao Core i9-14900K, mas gastando até 165W menos energia (Imagem: Reprodução/Intel)

Na média, os novos processadores do Time Azul são 8% mais rápidos que a geração passada e apenas 4% mais rápidos que a concorrência em rotinas de produtividade — praticamente dentro de uma provável margem de erro dos testes e das amostras usadas nos benchmarks. Apenas a performance single-core é que de fato mostra ganhos mais significativos, na casa dos 11%, no embate direto entre o Core Ultra 9 285K e o Ryzen 9 9950X.

Em outras medições, a companhia confirmou boatos de que os Arrow Lake-S têm pouco ganho de desempenho em gaming em relação aos Core de 14ª geração, se sobressaindo em apenas 4 dos 12 jogos usados como referência nos testes: Warhammer 4000: Space Marine 2, Age of Mythology: Retold, Civilization VI Gathering Storm e F1 23.

De acordo com a companhia, esses títulos têm sensibilidade maior às temperaturas de operação e eficiência energética, apresentando taxas de FPS até 15% superiores em jogatinas em Full HD e se destacando em relação a títulos como Far Cry 6, muito mais dependente de poder bruto de processamento.

Mesmo em games, grande destaque dos Core Ultra 200S é sua eficiência energética e não ganho de performance (Imagem: Reprodução/Intel)

Os resultados foram semelhantes no confronto com o Ryzen 9 9950X da AMD. O Core Ultra 9 285K saltou à frente apenas em 4 títulos (Rainbow Six Siege, Age of Mythology: Retold, Civilization VI Gathering Storm e Total War: Warhammer III Mirrors of Madness), com diferença máxima de 22%. Na média, porém, o desempenho foi igual ao do rival do Time Vermelho.

Em números absolutos, a Intel destacou que os Core Ultra 200S mantêm o mesmo nível de performance in-game que os Raptor Lake Refresh, mas consumindo uma média de 73W menos — o pico registrado foi de -165W. O efeito colateral disso é um PC muito mais frio e silencioso, que não exige um sistema de refrigeração tão avantajado como antes.

Saem os gamers, entram os criadores de conteúdo

Há anos a Intel sempre apresenta seus novos processadores para desktop como os melhores, mais rápidos e mais avançados do mundo para jogos. Isso não aconteceu no anúncio dos Core Ultra 200S.

Embora tenha mostrado que as novas CPUs são, sim, uma boa opção para quem quer montar um PC gamer de respeito, em vários momentos a companhia apontou para um caminho diferente. Agora, o público-alvo parece ser os criadores de conteúdo.

E o motivo é óbvio: os Arrow Lake-S têm mudanças de arquitetura que favorecem principalmente aplicações com cargas de trabalho pesadas, que demandam mais paralelismo computacional e agilidade no processamento de dados. Justamente o que programas como Adobe Premiere, Blender 3D, Sony Vegas, HandBrake e afins exigem.

Além disso, os novos processadores marcam a estreia dos recursos e capacidades de inteligência artificial da Intel nos desktops. CPU, GPU e NPU de 3ª geração entregam 36 TOPS de desempenho e atendem a demandas específicas de IA sem depender de qualquer componente externo.

Mudanças de arquitetura dos Core Ultra 200S beneficiam principalmente programas de criação de conteúdo e produtividade (Imagem: Reprodução/Intel)

Reunindo todas essas características, a Intel garante que os Core Ultra 200S se sobressaem em relação à geração passada e à concorrência quando o tema é criação de conteúdo. No comparativo entre o Core Ultra 9 285K e o Ryzen 9 7950X3D com 3D V-Cache, por exemplo, a diferença é de até 30%.

Já no embate com o recém-lançado Ryzen 9 9950X, o Core Ultra 9 285K foi até 79% mais rápido em renderização de vídeo. Em tarefas envolvendo IA, como reconhecimento de objetos, upscaling de imagens e segmentação de fotos, a performance foi 200% superior.

Por fim, em relação ao Core i9-14900K, o foco retorna para a eficiência energética, já que a performance do Core Ultra 9 285K foi similar, mas consumindo até 188W a menos de energia.

O que mudou de verdade nos Intel Core Ultra 200S?

À primeira vista, a nova família de CPUs Core Ultra 200S se parece muito com os antigos Meteor Lake para notebooks em termos estruturais. Toda sua construção é feita de maneira desagregada, com pequenas estruturas chamadas tiles.

Cada uma delas é especializada em funções muito específicas no chip. Temos, por exemplo, o compute tile, onde ficam os núcleos do processador; o GPU tile, onde fica a placa de vídeo integrada; o I/O tile, responsável pelos recursos de conectividade; e assim por diante. Todos esses tiles se comunicam entre si através do base tile, uma espécie de “colchão” sobre o qual todas as outras estruturas são colocadas com o auxílio da tecnologia de empacotamento Foveros 3D.

Mas as semelhanças param por aí, já que os Core Ultra 200S trazem para o desktop a nova arquitetura de núcleo inaugurada nos Core Ultra 200V para notebooks. E mesmo aqui, há um diferencial muito grande de implementação desses componentes nos computadores de mesa: sem um teto energético restrito, como há nos laptops, eles conseguem a façanha de fazer o processador performar tão bem quanto um Core i9-14900K, mesmo com menos núcleos, menos threads e consumindo 50% menos energia.

Construção dos Core Ultra 200S utiliza tecnologia de empacotamento Foveros 3D e tiles desagregados, como nos Meteor Lake (Imagem: Reprodução/Intel)

Para alcançar esse feito, agora os núcleos de eficiência Skymont estão organizados em grupos de 4 núcleos, cada um com acesso a 4 MB de cache L2 e com o dobro de largura de banda disponível. Apenas essa mudança já garantiria mais agilidade no processamento de dados simples, mas a companhia também implementou filas de processamento mais longas para otimizar o paralelismo computacional e desenvolvou algoritmos de predição mais avançados e mais rápidos.

Na prática, essas alterações garantiram 32% mais instruções por ciclo em relação aos núcleos de eficiência Gracemont usados pelos Meteor Lake da geração passada.

Os núcleos de performance Lion Cove também passaram por ajustes importantes e agora têm um subsistema de memória aprimorado, com cada um desses componentes dispondo de 3MB de cache L2 dedicados. O sistema de predição também foi ampliado em 8x e agora o gerenciamento de energia para essas estruturas é feito por IA. O resultado é um incremento de 9% no número de instruções por ciclo em relação aos Raptor Cove dos Raptor Lake Refresh.

Esquema do compute tile mostra como núcleos Skymont e Lion Cove e caches L2 e L3 estão organizados no Cora Ultra 200S (Imagem: Reprodução/Intel)

Além do cache individual para cada núcleo, há 36 MB de cache L3 compartilhado entre todos os cores da CPU, que agora tem autonomia e flexibilidade para alterar a hierarquia e prioridades na memória. O objetivo é equilibrar a carga de processamento em busca do nível ideal de eficiência por W consumido — ou seja: eficiência energética.

No geral, a introdução das novas arquiteturas de núcleo Skymont e Lion Cove é muito benéfica para a nova família de processadores Intel. Embora haja a sensação de que a companhia ainda não conseguiu fazer a implementação ideal para games, é inegável que os ganhos em eficiência energética são expecionais e que os novos processadores devem atrair criadores de conteúdo, profissionais e entusiastas que buscam por alta performance.

Recursos das CPUs Core Ultra 200S

Como era esperado, as novas CPUs Intel Core Ultra 200S exigirão novas placas-mãe com chipsets da série 800 devido ao novo padrão de pinagem LGA-1851.

Oficialmente, os processadores oferecem suporte a memórias RAM DDR5-6400, embora a própria Intel admita que eles são compatíveis com módulos DDR5-8000 operando em overclocking. Sistemas equipados com os Arrow Lake-S suportarão até 48 GB por módulo de memória e até 192 GB de capacidade total.

Os componentes também trazem compatibilidade nativa com até 24 linhas de comunicação PCIe 4.0 e 20 linhas PCIe 5.0 em conjunto com o chipset da placa-mãe. Isso abre caminho para a adoção de placas de vídeo dedicadas PCIe 5.0, que devem ser anunciadas em breve, provavelmente durante a CES 2025.

Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S (Divulgação/Intel)
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S (Divulgação/Intel)
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S (Divulgação/Intel)
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S (Divulgação/Intel)
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S (Divulgação/Intel)
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S (Divulgação/Intel)
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S (Divulgação/Intel)
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S (Divulgação/Intel)
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S
Intel Core Ultra 200 Arrow Lake-S (Divulgação/Intel)

Em termos de conectividade, a nova família de CPUs da Intel tem suporte a:

  • Até 10 conexões USB 3.2
  • Até 14 conexões USB 2.0
  • Até 8 conexões SATA 3.0
  • Até 2 portas Thunderbolt 4.0
  • Até 4 portas Thunderbolt 5.0 com placa dedicada
  • Thunderbolt Share
  • Wi-Fi 6E
  • Wi-Fi 7 com placa dedicada
  • Bluetooth 5.3
  • Bluetooth 5.4 com placa dedicada
  • Ethernet 1GbE
  • Ethernet 2,5 GbE com placad dedicada
Intel Core Ultra 200S “Arrow Lake-S”
CPU Arquitetura (P/E) Cores/Threads Clock Base (P/E Core) Clock Max (P/E Core) TVB TBMT 3.0 Cache (L3 / L2) TDP (PL1 / PL2) GPU Xe Cores Clock Base / Max Preço
Core Ultra 9 285K Lion Cove / Skymont 24/24 (8+16) 3,7 / 3,2 GHz 5,7 / 4,6 GHz Até 5,7 GHz Até 5,6 GHz 36 MB / 40 MB 125W / 250W Intel Graphics 4 300 MHz / 2 GHz US$ 589
Core Ultra 7 265K Lion Cove / Skymont 20/20 (8+12) 3,9 / 3,3 GHz 5,4 / 4,6 GHz Até 5,5 GHz Até 5,5 GHz 30 MB / 36 MB 125W / 250W Intel Graphics 4 300 MHz / 2 GHz US$ 394
Core Ultra 7 265KF Lion Cove / Skymont 20/20 (8+12) 3,9 / 3,3 GHz 5,4 / 4,6 GHz Até 5,5 GHz Até 5,5 GHz 30 MB / 36 MB 125W / 250W US$ 379
Core Ultra 5 245K Lion Cove / Skymont 14/14 (6+8) 4,2 / 3,6 GHz 5,2 / 4,6 GHz Até 5,2 GHz 24 MB / 26 MB 125W / 159W Intel Graphics 4 300 MHz / 1,9 GHz US$ 309
Core Ultra 5 245KF Lion Cove / Skymont 14/14 (6+8) 4,2 / 3,6 GHz 5,2 / 4,6 GHz Até 5,2 GHz 24 MB / 26 MB 125W / 159W US$ 294

Quando as CPUs Intel Core Ultra 200S serão lançadas?

A Intel confirmou que as novas CPUs Core Ultra 200S para desktops serão lançados no mercado no dia 24 de outubro de 2024.

Modelo de entrada, o Core Ultra 5 245KF é o mais barato do lineup de lançamento, custando US$ 294. Na outra ponta, o Core Ultra 9 285K é o modelo mais potente da família e estreia custando US$ 589.

Ainda não há informações sobre o preço dos Core Ultra 200S no Brasil.

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