Praticar exercícios físicos é um dos segredos por trás da boa saúde, mas é preciso se atentar para questões básicas de higiene dentro da academia na hora da musculação. Afinal, os aparelhos podem estar contaminados por germes, como vírus e bactérias, quando não são devidamente higienizados. É o que mostra estudo feito na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. 

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Desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o estudo sobre os germes em aparelhos de musculação foi realizado em duas academias diferentes, entre os meses de outubro e dezembro de 2023.

Entre os achados, a equipe descobriu que quase 96% dos aparelhos da academia pública estavam contaminados de alguma forma. Na academia privada, o número caiu para 33%, mas ainda é longe do ideal.


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“A limpeza e desinfecção realizadas em academia pública e privada foram inadequadas e precisam ser aprimoradas, de forma a mitigar riscos de contaminação cruzada entre seus usuários”, afirmam os autores. O estudo foi publicado na revista Journal of Human Environment and Health Promotion.

HPV: dá para se infectar na academia?

Antes de seguir para os detalhes no estudo, vale analisar a última polêmica das redes sociais: uma jovem alega que foi infectada pelo vírus do papiloma humano (HPV), enquanto se exercitava na academia e está com uma verruga característica no dedo. 

Estudo analisa os aparelhos mais contaminados por germes em academias brasileiras e ensina como higienizar os equipamentos com segurança (Imagem: Pressmaster/Envato)

No entanto, não há evidências de que este tipo de vírus consiga sobreviver e seja transmitido através de superfícies contaminadas, como aparelhos de academia. A principal forma de transmissão do HPV (independentemente do tipo) é a partir do contato de pele com pele ou de mucosa com mucosa com a de uma pessoa já infectada. 

Entretanto, outros vírus e bactérias podem, sim, ser transmitidos a partir de aparelhos de academia não higienizados ou mesmo de espaços para musculação, sem a circulação adequada de ar. Neste último caso, as chances são altas de transmissão da covid-19, por exemplo.

Aparelhos mais contaminados na academia de musculação

Durante o estudo, a equipe de cientistas recorreu a diferentes tipos de análise, como a básica inspeção visual (observar que o aparelho de academia estava visivelmente sujo por suor ou alguma secreção). 

Também foram usados o teste de proteína (que analisa a presença de proteínas nas superfícies, derivadas de secreções ou da pele) e a análise de fluorescência (capaz de detectar formas de contaminação não visíveis, como bactérias e vírus).

A seguir, veja a lista de aparelhos mais contaminados por germes, segundo a análise com fluorescência:

  • Leg press;
  • Halter com 8 kg;
  • Voador;
  • Banco para tríceps;
  • Barra de agachamento livre;
  • Barra livre;
  • Cadeira extensora;
  • Cadeira flexora;
  • Desenvolvimento shoulder press; 
  • Graviton Hack;
  • Halter de 4kg;
  • Aparelho de remada;
  • Supino articulado.

Nesta pesquisa, não foi realizada a “análise microbiológica da superfície”. Assim, não é possível saber quais patógenos estão escondidos entre os aparelhos sujos. Apesar disso, outros estudos já apontaram para o risco de transmissão de doenças na academia.

Como limpar equipamento de academia?

“Apenas a limpeza com água e sabão não é suficiente [para matar todos os germes]”, explicam os autores. “Apesar de reduzir os riscos de contaminação ao remover os microrganismos, não consegue eliminá-los completamente, sendo necessária a desinfecção com produtos químicos (desinfetantes)”, destacam.

Para evitar doenças, é importante que os aparelhos de musculação na academia sejam limpos entre os usos. Em outras palavras, antes de começar uma série nova no aparelho de leg press, vale higienizar toda a parte que entra em contato direto com o seu corpo. Isso pode ser feito com um lenço ou papel descartável e desinfetante. Outro ponto importante é lavar as mãos (ou higienizar com álcool em gel) antes de iniciar o treino.

O hábito de limpeza limita a transmissão de microrganismos e reduz significativamente o risco de contaminação cruzada. Longe de ser “besteira”, a medida pode proteger a saúde dos usuários, ainda mais quando se analisa o público diverso que frequenta as academias, incluindo jovens, adultos, idosos e pessoas com o sistema imune comprometido ou com doenças autoimunes.

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