Os fósseis são restos consideravelmente antigos de matéria orgânica, e, por mais que os mais famosos sejam compostos de ossos, eles podem advir de uma série de traços antigos: plantas, sementes, pólen, pegadas e até mesmo fezes (coprólitos) e vômito (regurgitólitos). Mas como eles são formados?

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Fósseis são raros por conta das condições necessárias para sua formação — eles não são, na verdade, os restos preservados de matéria orgânica em si, mas sim a solidificação do molde desses restos por minerais, um processo chamado permineralização. Seu nome vem do latim “fossilis”, que significa “escavado”.

A formação dos fósseis

Para que a permineralização seja possível, o animal ou planta em questão precisa ficar isolado da exposição ao ambiente: quando algo morre ao ar livre, é de lei que outros animais e bactérias irão consumir a carcaça até os ossos. É por isso que fósseis são, na esmagadora maioria, formados por soterramentos muito rápidos, privando os restos de ar, predadores e outras condições ambientais.


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Alguns fósseis, como o dessa samambaia, são formados por compressão, que esmaga os sedimentos sobre os restos orgânicos e deixa o formato para trás (Imagem: British Geological Survey/UKRI)
Alguns fósseis, como o dessa samambaia, são formados por compressão, que esmaga os sedimentos sobre os restos orgânicos e deixa o formato para trás (Imagem: British Geological Survey/UKRI)

A partir daí, a fossilização começa, podendo levar de dias a milhões de anos. Em geral, ela ocorre quando água rica em minerais se infiltra nos sedimentos que soterraram o animal, preenchendo o formato de seu corpo e deixando seu formato preso no tempo.

Alguns estudos mostraram certas condições que podem acelerar ou desacelerar o processo: uma pesquisa da Nature Scientific Reports, de 2017, por exemplo, analisou o efeito de mantos microbianos na decomposição de rãs-anãs-africanas.

Notou-se que os corpos dos animais eram “sepultados” rapidamente quando se decompunham em mantos microbianos, criando uma espécie de sarcófago que preservava os tecidos moles por anos.

Alguns fósseis, muito raramente, ficam preservados em âmbar, que solidifica e preserva o corpo inteiro de alguns pequenos animais (Imagem: British Geological Survey/UKRI)
Alguns fósseis, muito raramente, ficam preservados em âmbar, que solidifica e preserva o corpo inteiro de alguns pequenos animais (Imagem: British Geological Survey/UKRI)

Os cadáveres mineralizavam, então, em 540 dias, ou um ano e meio, especialmente no mesencéfalo e pele, criando algo parecido com um fóssil bem rápido. Aparentemente, micróbios possuem um papel importante na preservação de tecidos moles, como vemos em restos de alguns dinossauros e até em fósseis de águas-vivas.

Mas há um pouco de burocracia no processo também. Segundo a Pesquisa Geológica Britânica, para que sejam qualificados como fósseis, os restos preservados precisam ter mais de 10.000 anos, um número arbitrário que não indica processos geológicos específicos, mas ajuda a definir restos meramente “velhos” de verdadeiros fósseis. 

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