Uma das séries atualmente mais vistas do catálogo da Netflix, Monstros – Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais trouxe novamente aos holofotes o crime real que chocou o mundo em 1989 e resultou na prisão perpétuda de Erik e Lyle Menendez pelo assassinato de seus pais.

O caso, até hoje motivo de curiosidade entre o público (vide o sucesso da série da Netflix), ganhou repercussão pela brutalidade do crime, mas também pelo passado das vítimas, o casal José e Kitty Menendez, acusados de terem abusado de maneira física, emocional e sexual dos filhos.

Ricos e bem sucedidos, os Menendez tiveram uma vida tumultuada dentro e fora do ambiente familiar, com José envolvendo-se também em acusações de abuso sexual na indústria musical, que vieram a público apenas recentemente.


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Para conhecer mais do passado de José e Kitty Menendez, o montou um compilado das principais notícias, boatos e acusações envolvendo a família ao longo dos anos e registrados pelos veículos de comunicação da época.

 

Longe de servirem como “justificativa” de qualquer ato criminoso, essas histórias trazem um panorama mais completo (e complexo) da dinâmica familiar dos Menendez e das relações problemáticas e perturbadores que haviam entre seus membros.

De aristocrata cubano a figurão da indústria

Nascido em 1944 no seio de uma família de aristocratas, José Menendez viveu até seus 16 anos em Havana, Cuba, quando encorajado pelo pai, um ex-astro de futebol, mudou-se para viver com parentes nos Estados Unidos e seguir a vida por lá.

Na “terra prometida”, o rapaz ganhou uma bolsa de estudos em natação na Southern Illinois University e, enquanto cursava a universidade, conheceu sua futura esposa, Kitty Menendez, com quem logo começou a namorar. Apaixonado, ele decidiu se casar mesmo a contragosto da família e, com Kitty, mudou-se para New York no início dos anos 1960, tendo Lyle em 1968 e Erik em 1970.

Foi já nessa época, trabalhando no ramo da contabilidade, que José Menendez começou a despontar como um figurão da indústria do entretenimento, responsável pelo contratos de de alguns dos artistas mais populares do período.

Kitty, o filho Erik e o pai José (Imagem: Reprodução/Acervo pessoal)

Com uma notoriedade que o precedia tanto na indústria musical quanto na cinematográfica, José ficou conhecido por ser um profissional obstinado, que não media esforços para fechar contratos milionários para as empresas em que trabalhava. Uma fama de “durão” que, segundo os filhos, começou a se espelhar também em casa, na figura de um pai tóxico e controlador.

Poder, abusos e negligência

Acusado pelos filhos de ser extremamente possessivo e cuidar da prole com rédea curta, ao longo dos anos o que não faltaram foram depoimentos de pessoas próximas aos Menendez corroborando a ideia de que José era um sujeito difícil.

Em 1993, na época do julgamento de Erik e Lyle, o Los Angeles Times chegou a entrevistar Perry Berman, treinador de tênis dos jovens, que dizia que José “administrava sua casa como se fosse uma empresa e ele fosse o presidente do conselho”.

Além dele, outro professor chegou a contar para as autoridades que “nunca havia visto amor na família Menendez” e até o próprio cunhado de José, Carlos Baralt, testemunhou que o genro cogitava tirar os jovens de seu testamento pouco antes de ser assassinado – indícios de uma relação, no mínimo, conflituosa entre a família.

Parentes ficaram ao lado dos irmãos

Irmãos foram julgados à prisão perpétua (Imagem: Reprodução/Netflix)

Apesar de tudo isso, a grande polêmica envolvendo José, que serviu como linha de defesa para os irmãos no tribunal, era a de que, além de abusos emocionais, o pai também abusava fisicamente e sexualmente dos rapazes.

Erik acusou José de molestá-lo reiteradamente desde os seis anos de idade, enquanto Lyle afirmou ter sofrido abusos do pai e toques inapropriados da mãe durante boa parte de sua infância. Alegações contadas em Os Irmãos Menéndez – A História Jamais Contada, documentário lançado em 2017 em que Erik dá a sua versão dos fatos.

Durante o julgamento, Andy Cano, primo dos irmãos, confirmou que Erik confessou os abusos quando pequeno, e fotos das genitálias dos jovens tiradas por José foram levadas ao tribunal como prova da defesa – que contou ainda com o apoio de vários dos familiares dos Menendez nas sessões.

Apesar disso, as acusações de abuso feitas a José e Kitty Menendez nunca foram provadas, e mesmo o clima hostil da família, detalhado em julgamento, não serviu como atenuante para a prisão perpétua decretada a Erik e Lyle.

Denúncias vão além da família

Mais de trinta anos depois, no entanto, quando tudo sobre o caso já parecia ter se revelado, novas informações sobre José Menendez vieram à tona.

Documentário do Menudo contém acusação de  de Roy contra José (Imagem: Divulgação/Peacock)

Fazendo coro à Erik e Lyle, Roy Rosselló, cantor porto-riquenho, ex-integrante do Menudo, também acusou o figurão de abuso sexual.

Hoje com mais de cinquenta anos, o artista revelou durante o documentário Menendez + Menudo: Boys Betrayed (2023) que, quando fazia parte do Menudo, foi estuprado pelo empresário durante uma viagem a Nova Jersey. José, que foi chefe da RCA Records na época em que o Menudo trabalhava com a gravadora, teria drogado e abusado sexualmente de Roy, na época um adolescente de 14 anos.

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A acusação serviu para que os advogados de Erik e Lyle abrissem uma nova petição, alegando que a denúncia trazia mais respaldo aos depoimentos dos irmãos. Até o momento, porém, nenhuma mudança foi anunciada e a sentença dos dois permanece a mesma.

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