As aves de Galápagos estão mais agressiva. A mudança comportamental se deve ao ruído do trânsito: as que estão expostas a veículos com mais frequência mostram níveis mais elevados de agressão. As informações vêm de um estudo feito na Anglia Ruskin University (Inglaterra) e publicado na Animal Behaviour no último dia 20.

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A pesquisa investigou os efeitos da poluição sonora causada por veículos no comportamento do mariquita-amarelo (Setophaga petechia aureola). Para isso, os pesquisadores reproduziram cantos de pássaros por meio de um alto-falante, simulando a presença de um intruso, ao mesmo tempo em que expunham as aves ao som do tráfego.

Os cientistas analisaram as respostas das aves, observando tanto o canto — normalmente utilizado para afastar intrusos — quanto comportamentos físicos agressivos, como a aproximação do alto-falante e voos repetidos sobre ele.


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Os resultados mostraram que o ruído do tráfego influenciou a agressividade das aves de maneira diferente, dependendo da localização de seus territórios. Indivíduos que viviam próximos às estradas demonstraram um aumento na agressividade, enquanto aqueles em áreas mais afastadas responderam de forma menos intensa do que nos testes sem ruído.

Ruído do trânsito deixa aves de Galápagos mais agressivas (Imagem: Philip Brown/Unsplash)

Os pesquisadores notaram que, diante do barulho do tráfego, as aves prolongaram a duração de seus cantos. Isso sugere que a exposição contínua ao ruído — seja ao longo da vida do próprio indivíduo ou por meio da experiência acumulada por gerações — pode levá-las a ajustar suas vocalizações como forma de adaptação.

Os pássaros elevaram a frequência mínima de seus cantos durante os testes com ruído, independentemente da proximidade de seu território com a estrada. Esse ajuste provavelmente ajuda a evitar a sobreposição do canto com os sons graves do tráfego, garantindo que suas vocalizações permaneçam audíveis em um ambiente barulhento.

“A mudança nas respostas agressivas ocorreu principalmente perto de estradas. Os pássaros que ocupam territórios à beira da estrada em ambas as ilhas e, portanto, têm experiência regular com o ruído do tráfego, podem ter aprendido a aumentar a agressão física quando a intrusão territorial foi acompanhada pelo ruído do trânsito“, conclui a equipe.

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