Nos Estados Unidos, pesquisadores da startup Ovax trabalham em novas soluções para conter uma das maiores crises nacionais de saúde pública: o uso de fentanil, que causa overdoses fatais. A previsão é de iniciar os testes clínicos, com humanos, de uma nova vacina no segundo trimestre de 2025.
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- Overdose de fentanil mata quase 300 pessoas por dia nos EUA
Vale destacar que o imunizante norte-americano contra o fentanil foi originalmente desenvolvido pela equipe da Universidade de Houston (UH), mas foi licenciado pela startup de biotecnologia, que seguirá com os testes.
Apelidada de OVAX-100, a potencial vacina do fentanil demonstrou ser eficaz em roedores e impediu as overdoses potencialmente fatais do opioide sintético. Este composto pode ser obtido ilegalmente e misturado em outras drogas ou com receita médica, como anestésico. É cerca de 50 vezes mais forte que a heroína e 100 vezes mais forte que a morfina.
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Em paralelo, a Ovax negocia o licenciamento de outra possível vacina contra o fentanil, desenvolvida pela equipe do Boston Children’s Hospital. Dependendo das negociações, os testes com humanos podem começar no início de 2026. Este imunizante recebe o nome preliminar de OVAX-200.
Como funciona a vacina do fentanil?
Na maioria das vezes, “você é vacinado com um pedaço de bactéria ou vírus contra o qual deve se proteger”, explica Colin Haile, professor associado da universidade de Houston e envolvido nas primeiras etapas de pesquisa da vacina, em nota.
“Seu corpo o reconhece como estranho [aquele fragmento], então desenvolve anticorpos contra esse patógeno. O que fizemos aqui foi [produzir] uma vacina que [gera] anticorpos contra um produto químico: o fentanil”, comenta Haile.
“Nós aplicamos a vacina, e o indivíduo desenvolve anticorpos anti-fentanil, que se ligam ao produto químico [quando entra no corpo] e o impedem de chegar ao cérebro, em vez disso, mantendo-o no sangue até que seja eventualmente eliminado do corpo”, complementa.
Nos testes com ratos, a potencial vacina conseguiu bloquear os efeitos do fentanil e as overdoses por um período de 5 a 6 meses. Agora, é preciso saber se os efeitos são tão duradouros em humanos e se o uso é seguro.
Testes clínicos da vacina
Segundo a Medical Xpress, os testes de Fase I com humanos da vacina do fentanil começarão apenas no ano que vem. Entretanto, os pesquisadores ainda desenham como será o estudo.
É possível que sejam recrutados pacientes da Austrália e da Holanda, além dos EUA. Isso porque os desenvolvedores consideram que será um desafio encontrar voluntários, que usem a droga, dispostos a contribuir com a pesquisa.
E o Brasil?
Diferente dos EUA, o uso do fentanil não configura uma crise de saúde pública no Brasil, mas o país tem outros problemas relacionados ao uso de drogas. Nesse sentido, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolvem uma potencial vacina contra a dependência química em cocaína e crack, a Calixcoca.
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