Em uma cultura obcecada por assassinos seriais, o Zodíaco talvez seja um dos criminosos mais famosos do mundo. A onda de violência que ele propagou nos Estados Unidos durante a década de 1960 e 1970 se tornou parte da cultura norte-americana, catapultando o misterioso assassino ao status de personalidade pop.
Entre filmes, músicas e aparições na mídia, o mistério por trás dos seus crimes ainda engaja muitas pessoas. As cartas cifradas, as mensagens ainda não decifradas e o fato dele jamais ter sido pego apenas aumentam o interesse do público por uma resolução do caso, mesmo cinco décadas após sua última interação com o mundo.
Aqui Quem Fala é o Zodíaco, série documental da Netflix, busca elucidar um dos casos criminais mais emblemáticos e investiga a vida e as relações pessoais de Arthur Leigh Allen, o principal suspeito da polícia.
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Em três episódios, a produção entrevista pessoas que conviveram com o homem, detalha sua vida e personalidade e busca criar uma narrativa que ofereça uma possível solução aos assassinatos. A série já está disponível na Netflix.
Quem foi o assassino do Zodíaco?
Ao longo de um ano, o assassino do Zodíaco matou cinco pessoas na região de São Francisco. O primeiro crime ocorreu no dia 20 de dezembro de 1968 e vitimou um casal: David Arthur Faraday e Betty Lou Jensen.
Os dois estavam passeando de carro na cidade de Vallejo, na Califórnia, quando foram surpreendidos por um misterioso homem que estacionou seu carro e os atacou. O ataque ocorreu à noite, foi feito com uma arma de fogo e nenhum dos dois sobreviveu.
Em 4 de julho de 1969, outro casal foi atacado. Também na cidade de Vallejo, Michael Renault Mageau e Darlene Elizabeth Ferrin estavam passeando de carro quando foram abordados por um estranho. O homem, que os seguia de carro há algum tempo, sacou uma pistola e disparou diversas vezes contra o casal. Darlene morreu na hora, mas Michael, apesar de muito ferido, sobreviveu.
Pouco tempo depois do ocorrido, um telefonema surpreendeu a delegacia de Vallejo. Nele, um homem informou o crime ocorrido, deu detalhes da localização dos corpos e assumiu a responsabilidade pelo assassinato. A lenda do Zodíaco começava a crescer.
Nos próximos meses, o assassino serial passou a enviar cartas para os jornais de São Francisco assumindo a autoria dos crimes e se apresentando ao mundo. Além de dar detalhes sobre as mortes que somente o autor delas saberia, o Zodíaco também enviou mensagens cifradas para os editores do jornal. De acordo com o criminoso, sua verdadeira identidade estava codificada nos textos.
Os jornais, com apoio da polícia, divulgaram os códigos na esperança de que alguém pudesse solucioná-los. O método gerou resultados, mas os conteúdos desvendados não identificavam o criminoso. A divulgação das mensagens aumentou a fama de Zodíaco e o pânico dos moradores da região. Em uma dessas cartas, o assassino se batizou como Zodíaco.
Em 27 de setembro de 1969, o criminoso matou de novo. Dessa vez, Bryan Hartnell e Cecelia Shepard foram surpreendidos pelo assassino enquanto faziam um piquenique. Zodíaco, dessa vez, usava um traje macabro: um capuz preto com seu símbolo, uma cruz dentro de um círculo, e roupa de tons sombrios.
O criminoso amarrou os dois namorados e os esfaqueou repetidamente. Bryan sobreviveu ao ataque, mas Cecelia não resistiu aos ferimentos. Algumas semanas após o crime, o Zodíaco atacou de novo. No dia 22 de março de 1970, o assassino serial sequestrou a jovem Kathleen Johns e o seu filho pequeno.
O criminoso enganou a mulher e a fez entrar em seu carro. Uma vez dentro do veículo, ele passou a ameaçá-la de morte. Em desespero, Kathleen se jogou para fora do carro com seu filho e conseguiu se esconder na mata, fugindo do assassino. Após o ocorrido, ela foi até uma delegacia e reconheceu o retrato falado de Zodíaco como o homem que havia a sequestrado.
Nos próximos meses, o assassino passaria a importunar o jornalista Paul Avery, repórter que investigava o caso, ameaçando-o de morte por meio de cartas e fazendo revelações de outras vítimas que ele supostamente teria matado.
Os assassinatos de Zodíaco, no entanto, deixaram de acontecer. Enquanto alguns acreditam que o criminoso mudou de região ou de método, outros entendem que ele parou de matar.
No entanto, o que se sabe é que a comunicação entre o assassino e a mídia passou a minguar e eventualmente cessou. Ao todo, o criminoso vitimou sete pessoas. Ele, no entanto, afirmava ter matado ao menos 37 pessoas.
Por que ele não foi preso?
A identidade do assassino jamais foi confirmada, mas a principal suspeita é de que Arthur Leigh Allen é o responsável pelos crimes. A polícia tinha o sujeito como seu principal suspeito e chegou a questioná-lo inúmeras vezes, mas nunca conseguiu evidências o suficiente para prendê-lo. O homem chegou a ser preso por cometer atos sexuais indecentes contra um menino de 12 anos de idade. Ele morreu em 1992, aos 58 anos.
O nome de Allen, no entanto, está longe de ser o único suspeito. Earl Van Best Jr., Gary Francis Poste, Giuseppe Bevilacqua, Lawrence Kane, Richard Gaikowski, entre outras inúmeras pessoas já foram acusadas de serem o Zodíaco. Cada uma dessas figuras tem evidências o suficiente para torná-las suspeitas, mas nada concreto que determine que elas, de fato, são o assassino.
Nas últimas décadas, inúmeros documentários, livros e reportagens buscaram desvendar o mistério. Mais recentemente, um TikToker passou a compartilhar sua teoria de que Richard Hoffman, policial americano e avô do criador de conteúdo, era o criminoso. As evidências, no entanto, seguem a linha de outras suspeitas: informações plausíveis, mas pouco concretas.
A atenção midiática que os crimes recebem, aliado ao mistério dos assassinatos e as mensagens do Zodíaco que ainda foram decifradas, torna o ocorrido um prato cheio para fãs de true crime.
A polícia americana ainda não desistiu de encontrar o culpado pelos assassinatos e aposta no avanço da tecnologia para solucionar o caso. Até o momento, no entanto, não há nenhuma resposta definitiva.
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