Você comeria este lindo prato de picadinho de quiabo com pimentão na imagem acima? Pode ser que a sua resposta seja um longo e sonoro: “Não!”, mesmo sem nunca ter provado antes. A grande questão é que, em alguns casos, isso tem nome: seletividade alimentar. Esse é um problema que vai além do gosto ou da forma de preparo, e está relacionado à aversão a alimentos.

A origem da seletividade alimentar

Seja pela textura, cor, sabor ou sem nunca ter provado, a seletividade alimentar pode surgir logo no início da vida. “Naturalmente, nascemos com preferência pelo sabor adocicado, associado ao leite materno, e maior aversão pelo sabor amargo e azedo. Se a exposição [a novos alimentos] já na infância diminui em razão disso, a tendência é que, na fase adulta, a resistência seja mantida”, afirma Cintya Bassi, coordenadora de nutrição e dietética do Grupo São Cristóvão Saúde.

Segundo a profissional, alguns fatores contribuem com o surgimento de aversões alimentares e uma das principais causas é justamente a “neofobia alimentar”. Ou seja, a recusa de alimentos novos, que não são familiares.

Nesse sentido, a neofobia alimentar manifesta-se em crianças e adultos que não foram apresentados a uma diversidade alimentar ao longo da vida. Além disso, a seletividade alimentar também pode ter relação a características culturais, demográficas e até mesmo a emoções relacionadas a certos tipos de comida.

Como contornar a seletividade alimentar?

Imagine o seguinte cenário: uma criança rejeita cenoura ralada. Muito além de ser “chata para comer”, essa atitude indica que a criança não recebe bem esse tipo de textura. Por outro lado, pode ser que a cenoura cozida ou como parte de outras preparações seja melhor aceita! Sendo assim, que tal apresentar o vegetal na forma grelhada na manteiga ou cozida na sopa, ou no caldo do feijão? Vale testar até para que ele faça as pazes com a cenoura e usufrua de seus nutrientes.

Em relação às características demográficas que definem a seletividade alimentar, podemos ter o coentro como exemplo. “No Sudeste, a exposição ao coentro é menos comum do que no Norte e Nordeste, onde consequentemente a aversão ao alimento é muito menor”, comenta Bassi.

Aliado a isso, há pesquisas que demonstram uma maior vulnerabilidade em algumas pessoas à presença de receptores olfativos que identificam o “cheiro de sabão” no coentro. Nesses casos, é possível buscar soluções para minimizar o desconforto, como, por exemplo, esmagar o alimento.

A seguir, confira um vídeo sobre as melhores alternativas para contornar a seletividade alimentar e revolucionar alguns modos de preparo na cozinha:

Em que momento torna-se um problema?

Provar e não gostar de uma fruta, legume ou tempero é normal, porque o hábito e a cultura alimentar estão diretamente ligados aos gostos pessoais. Entretanto, o problema é quando a aversão está ligada a alguma intolerância ou distúrbio, como a “neofobia” mencionada anteriormente.

Nesses casos mais radicais, indica-se o acompanhamento de profissionais das áreas de nutrição e psicologia com o intuito de evitar possíveis carências nutricionais.

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